A Comissão Europeia vai aprovar hoje um Ato de Solidariedade Cibernética Europeia para fortalecer a cibersegurança dos Estados-membros e instituições e reforçar a resposta a crises desencadeadas no ciberespaço, mas com repercussões reais.
O documento, que vai hoje ser apresentado pela comissária Margaret Vestager, propõe o "fortalecimento da solidariedade ao nível da União para melhor detetar, preparar e responder a incidentes de cibersegurança significativos ou massivos".
Para isso, os 27 criarão o Escudo Europeu de Cibersegurança e um mecanismo correspondente que tem como finalidade dotar as instituições europeias e nacionais de cada Estado-membro de capacidades para responder coordenadamente a ameaças cibernéticas, com recurso a "tecnologia de ponta, como a inteligência artificial e análise de dados avançada", permitindo a partilha atempada de informação.
O projeto tem um investimento previsto de mais de mil milhões de euros, dos quais dois terços são financiados pelo Programa Digital Europeu.
A cibersegurança é há anos um dos tópicos mais sensíveis da discussão europeia, que ganhou outro fôlego nas primeiras semanas da invasão da Federação Russa à Ucrânia, em 2022.
Um grupo de piratas informáticos leais a Moscovo tentaram nas primeiras horas da invasão comprometer as infraestruturas digitais do Governo e das Forças Armadas ucranianas, com o propósito de destabilizar as comunicações, partilha de informações e acesso a serviços, facilitando "operação militar especial", como é apelidada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
A cibersegurança ganha uma relevância acrescida quando cada vez há mais infraestruturas governamentais e civis críticas que podem ser comprometidas por 'hackers'.
Por isso, a UE quer estar preparada para lidar com as ameaças que provém do ciberespaço, mas que têm consequências físicas na vida dos cidadãos europeus.
Lusa