A África do Sul enviou um avião militar ao norte de Moçambique onde há pelo menos 43 sul-africanos afetados pelos recentes atentados terroristas, anunciou hoje fonte diplomática sul-africana.
"Há 43 pessoas que contactaram a missão diplomática até ao momento, dos quais 40 encontram-se em segurança, dois estão ainda desaparecidos e um morreu", declarou o embaixador da África do Sul em Moçambique, Siphiwe Nyanda, à televisão pública sul-africana.
O antigo general das Forças Armadas sul-africanas (SANDF, na sigla em inglês), que disse ter visitado Pemba de segunda-feira até quinta-feira da semana passada, estimou que 50 cidadãos sul-africanos foram afetados pelos recentes ataques terroristas no norte do país vizinho desde quarta-feira.
"Neste momento, encontra-se em Pemba uma aeronave militar da SADF enviada para repatriar os restos mortais do sul-africano Adrian Nel e os seus familiares que lá se encontram e os transportar para a África do Sul", adiantou o diplomata sul-africano.
O corpo do jovem sul-africano de 40 anos "foi encontrado por helicópteros de busca e resgate", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Cooperação e Relações Internacionais da África do Sul.
De acordo com as autoridades de Pretória, o processo de rastreamento para determinar se há mais sul-africanos que possam ter sido afetados continua em curso, salientando que os serviços prestados pelo alto comissariado, em Maputo, "incluem assistência aos cidadãos sul-africanos com evacuação médica de emergência, obtenção de documentação de viagem de emergência e obtenção de transferências em voos internacionais".
Questionado sobre um eventual repatriamento de nacionais sul-africanos do norte de Moçambique para a África do Sul, o embaixador Siphiwe Nyanda escusou-se a divulgar "planos operacionais", salientando que tudo o que tem de se fazer "como missão é manter o contacto com a situação no terreno e informar a África do Sul para que possam decidir sobre o próximo passo".
Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado que atacou a vila na quarta-feira.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou hoje o controlo da vila de Palma.
A agência oficial do movimento, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação do capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
Lusa