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Twitter defende suspensão de conta de Trump mas admite precedente perigoso

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Data de publicação
14 Janeiro 2021
9:09

O diretor executivo (CEO) do Twitter, Jack Dorsey, defendeu hoje naquela rede social a suspensão permanente da conta de Donald Trump, decretada pela plataforma em 08 de janeiro, mas admitiu que pode estabelecer um precedente perigoso.

"Não celebro nem sinto orgulho por termos banido [a conta] @realDonaldTrump do Twitter", escreveu Dorsey naquela rede social, numa série de mensagens em que questionou se a expulsão do Presidente cessante dos Estados Unidos daquela plataforma foi a atitude correta, após a violenta invasão do Capitólio, em 06 de janeiro, por militantes instigados por Trump.

"Acredito que foi a decisão certa", escreveu o responsável do Twitter, apontando que a rede social "enfrentou circunstâncias extraordinárias e insuportáveis", forçando a empresa a "concentrar todas as [suas] ações na segurança pública".

Apesar disso, Jack Dorsey admitiu que a decisão representa "um fracasso" da empresa em "promover um diálogo são" e admitiu que estabelece "um precedente perigoso: o poder de um indivíduo ou corporação sobre uma parte do discurso público global".

O responsável apontou que, em circunstâncias normais, um utilizador expulso por violar as regras de uma rede social pode recorrer a outra, mas recordou que, no caso de Trump, outras redes sociais decidiram igualmente suspendê-lo indefinidamente, após o anúncio do Twitter, abalando o equilíbrio do poder.

"Não creio que tenha sido coordenado. Mais provalmente: as empresas chegaram às suas próprias conclusões ou foram encorajadas pelas ações das outras", apontou, frisando que o caso acarreta perigos no futuro.

"Uma empresa que toma uma decisão empresarial para se auto-regular é diferente de um Governo que impede o acesso, e no entanto pode parecer a mesma coisa", escreveu.

"Este momento pode requerer esta dinâmica, mas a longo prazo será destrutivo em relação ao propósito nobre e aos ideais de uma internet aberta", acrescentou.

O Twitter era o principal instrumento de comunicação de Donald Trump, que tinha 88 milhões de seguidores naquela rede social.

Em 08 de janeiro, aquela rede social suspendeu de forma permanente a conta de Trump, citando os riscos de "nova incitação" à violência, dois dias depois de os seus apoiantes terem invadido o Capitólio.

A rede social tinha já eliminado vários ‘tweets’ do republicano, que contestou repetidamente a legalidade das eleições presidências, e suspendido a sua utilização durante 12 horas.

O Facebook e outras redes sociais também suspenderam por tempo indefinido o perfil de Donald Trump, alegando risco de violência durante a cerimónia de tomada de posse de Joe Biden, em 20 de janeiro. O YouTube suspendeu igualmente a conta de Trump por sete dias, na terça-feira.

As declarações do responsável do Twitter, que esta semana suspendeu também, "de forma permanente", 70 mil contas ligadas ao movimento conspiracionista 'QAnon', composto por muitos apoiantes do Presidente cessante, surgem em resposta às críticas feitas à empresa dentro e fora dos Estados Unidos.

A decisão do Twitter foi criticada por vários dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou "problemático" o encerramento das contas do Presidente cessante dos Estados Unidos por decisão das empresas.

"É possível interferir na liberdade de expressão, mas segundo os limites definidos pelo legislador e não através da decisão de uma empresa", disse na segunda-feira o seu porta-voz.

O comissário europeu Thierry Breton também exprimiu "perplexidade" com a decisão "sem controlo legítimo e democrático".

Lusa

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