Carla Abrantes, responsável comercial da Nokia para a Europa, que discursou esta manhã, no Centro de Congressos da Madeira, na conferência Madeira Innnovation Talks - MadIT, organizada pela secção da Madeira da Ordem dos Engenheiros, debateu a "incógnita" que representa a chegada da Inteligência Artificial, "com todas as potencialidades e desafios".
"Não sei qual o caminho que o futuro nos reserva", admitiu a especialista perante uma plateia de convidados, entre os quais estudantes de escolas secundárias e universitários, a quem reconheceu a "capacidade e engenho para otimizar as novas tecnologias em benefício do bem comum".
"Os desafios são grandes para alunos e professores", reconheceu, fazendo alusão à experiência arriscada de alunos americanos que aliaram os óculos de realidade virtual ao ChatGPT, beneficiando assim, em tempo real, das respostas necessárias durante uma entrevista.
Carla Abrantes, que centrou a sua alocução na nova tecnologia metaverso e inovação imersiva, apresentou exemplos de como os avanços tecnológicos na área das comunicações, nomeadamente a realidade aumentada/virtual, têm uma grande aplicação, tanto ao nível individual, como no universo empresarial e em contexto municipal, com ganhos no aumento de eficácia, da segurança e da produtividade, bem como no reforço da socialização.
A palestrante deu a conhecer o caso da autarquia de Wellington, na Nova Zelândia, onde a tecnologia de mundo virtual que tenta replicar/simular a realidade através de dispositivos digitais, deu respostas na monitorização e gestão de problemas práticos, curiosamente numa situação de limpeza de ruas e de segurança. "Ali, foram detetadas falhas na resposta sanitária e implementaram-se novas regras para bares e restaurantes. Foi ainda possível detetar áreas de risco de cheias, através de simulação imersiva, tendo sido possível reduzir a incidência de ocorrências", explica.
Na realidade aumentada ou virtual, já disponível com recurso a óculos de design convencional, foram partilhadas utilizações interessantes para o utilizador individual, como mapear uma casa e realizar tarefas domésticas através de jogos virtuais, sendo particularmente indicada com grande potencial a pessoas com deficiência visual e auditiva, bem como no auxílio a tradução.
No que toca à Nokia, tem trabalhado com multinacionais e instituições bancárias, oferecendo respostas tecnológicas inovadoras, como é o caso do fato sensorial que permite ao utilizador simular situações reais com recurso a realidade 3D.
A segunda edição do MadIT, que está a decorrer esta sexta-feira, no Centro de Congresso da Madeira, conta com seis contadores de histórias de inovação para partilhar e inspirar, abordando temas relacionados com a Inteligência Artificial, a energia, robótica, oceanos, Metaverso, cobertura verdes, satélites, clima e processos criativos. Todos os convidados têm em comum a engrenharia, a inovação, a descoberta e a emoção.
A ordem dos Engenheiros da Madeira tem como parceiro a Agência regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI).