Dia do Empresário: "PRR não deveria ser para construir habitação”

David Spranger

O empresário madeirense Luís Miguel Sousa reiterou a necessidade de o Estado Português intervir de forma a mitigar os efeitos da ETS, uma taxa europeia colocada sobre os combustíveis dos transportes marítimos, forçando a descarbonização.

Para já, as duas regiões autónomas portugueses conseguiram um regime de exceção, até 2030, e os feitos não se farão sentir. Contudo, o tema deste Dia do Empresário são as ‘Oportunidades da Macaronésia para as Empresas’, onde está inserido Cabo Verde, arquipélago que irá ter de suportar essas consequências-

O detentor do Grupo Sousa fala num inflacionamento na ordem dos 50% que irá atingir o abastecimento daquele país africano e, diretamente também afetando as exportações portuguesas, pelo que pede a Portugal um olhar especial sobre esta matéria.
“Temos de fazer a redução da pegada carbónica sem afetar as pessoas, temos que encontrar caminho para a descarbonização sem complicar a vida das pessoas”, disse o empresário madeirense numa análise já interna, lembrando que essa ETS entra em vigor em 2024 - com essa ressalva que a Madeira terá regime de exceção até 2030 - e que “vai aumentar os custos europeus dos transportes em 16 mil milhões de euros por ano” que, naturalmente, “os consumidores vão ser chamados a contribuir”.

Aqui, Luís Miguel Sousa colocou em causa as prioridades do PRR, considerando que “não são para construir habitação”, deveriam ser, sim “para retirar custos de investimentos às empresas”, para lhes “dar competitividade para concorrerem nos mercados”.