Nos primeiros seis meses deste ano, as energias renováveis registaram um aumento significativo, com destaque para a produção de origem hídrica que cresceu 108%.ENERGIA

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As energias renováveis foram responsáveis por 40% da energia emitida para a rede, entre janeiro e junho.

De acordo com os indicadores cedidos ao JM pela Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM), estas energias registaram um aumento muito significativo na sua contribuição para o mix de produção comparativamente a igual período do ano anterior, quando representavam apenas 28%.

Em termos quantitativos, a energia destas fontes emitida para a rede atingiu os 157,2 GWh, mais 48,2 GWh do que no ano anterior.

O aumento mais significativo ocorreu na produção de origem hídrica (+31,8 GWh, correspondendo a um crescimento de 108%), resultado da ocorrência de níveis de precipitação muito superiores aos do ano anterior. Já a produção de origem eólica aumentou 18,3 GWh, mais 42% que em 2020.

“O aumento da energia de fontes renováveis foi essencialmente acomodado pela redução da produção de origem térmica em 44,0 GWh, tendo 4,2 GWh sido absorvidos pelo aumento do consumo”, explica a EEM.

No global, a produção total da Empresa de Eletricidade diminuiu 5,6%, tendo a energia obtida a partir de fontes renováveis aumentado 31,2 GWh e a de origem térmica diminuído 43,5 GWh.

A emissão de energia para a rede por produtores privados aumentou 9,5% (16,5 GWh) comparativamente ao ano anterior, tendo a energia de fontes renováveis crescido 17,0 GWh e a energia térmica diminuído 0,5 GWh.

Entretanto, uma análise da Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), ao mix de produção da energia elétrica emitida no 1.º semestre de 2021 - cujo total rondou os 395,8 Gigawatt hora (Gwh) – permite concluir que, comparativamente ao período de janeiro a junho de 2020, assistiu-se a uma menor preponderância das fontes térmica (-15,6%) e resíduos sólidos urbanos (-12,3%) na produção de energia, em detrimento das fontes hídrica (+108,4%), eólica (+42,3%) e fotovoltaica (+3,9%).

“Consequentemente, a fatia da energia total emitida com recurso a fonte térmica passou de 72,2% no 1.º semestre de 2020 para 60,3% no período em referência, o que significa que a quota de renováveis passou para 39,7% (27,8% nos primeiros seis meses de 2020)”, diz a DREM.

Destaca-se ainda a preponderância que o gás natural continua a assumir como fonte para a produção de energia elétrica, concentrando 21,4% do total (18,9% no mesmo período em 2020), tendo-se verificado um aumento de 14,3% face ao período homólogo, na produção de eletricidade a partir desta fonte.

Por Patrícia Gaspar