"O simples pré-anúncio de greve nos aeroportos dos Açores, Madeira, Faro ou Lisboa, está já a levantar muitas questões dos principais operadores estrangeiros, designadamente do mercado britânico, que se considera como uma das tábuas de salvação na nossa atividade", afirmou, ontem, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
Pedro Costa Ferreira entende que o pré-anúncio de greves dos funcionários do SEF nos aeroportos nacionais - entregue pelo Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF) ao Governo -constitui "uma óbvia ameaça económica contra Portugal".
A APAVT lembra que este anúncio surge precisamente no momento em que a recuperação do turismo dá os primeiros passos neste novo ciclo da crise pandémica e que os principais mercados emissores estão de "olhos postos" no nosso País.
"Ainda que por tempo e horários limitados, trata-se de uma ameaça que provoca a desconfiança dos mercados emissores para Portugal", vincou o líder da associação nacional, acrescentando que, cada dia que passar sem que a greve seja desconvocada, produzirá efeitos negativos irrecuperáveis nas reservas turísticas".
Para Pedro Ferreira, o pré-aviso de greve deve ser encarado com preocupação porque pode mesmo "arruinar o verão" nas principais regiões turísticas portuguesas, incluindo a Madeira que tem nos britânicos um dos mercados mais relevantes e que dele depende para relançar o setor.
Este pré-aviso de greve surge numa altura em que a procura do mercado inglês pela Região tem crescido significativamente, graças ao alívio das restrições impostos às viagens não essenciais - quer no Reino Unido, quer em Portugal - o que levou os operadores turísticos a aumentarem a oferta para o arquipélago.
Por Patrícia Gaspar