O presidente do Sporting, Frederico Varandas, afirmou na terça-feira que o penálti assinalado contra o Santa Clara, nos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, na quinta-feira, foi um erro da arbitragem, que considera hoje “independente”.
Em declarações aos jornalistas após o triunfo ‘verde e branco’ sobre o Vitória de Guimarães (4-1), num jogo referente à 15.ª jornada da I Liga, disputado na quarta-feira, o dirigente considerou que a falta sobre Hjulmand na origem ao penálti convertido por Suárez, que permitiu aos ‘leões’ fazerem o 2-2 aos 90+16 minutos e vencerem no prolongamento (3-2), não existiu.
“O penálti assinalado pelo João Pinheiro, na minha opinião, não é penálti. Há toque na cara, e o videoárbitro faz referência ao João Pinheiro a dizer que há penálti, logo. A seguir, estiveram, de uma forma inexplicável, durante 12 ou 13 minutos, a ver se havia fora de jogo. O presidente do Sporting considera que não há penálti e também é incompreensível como estão 12 minutos a querer encontrar um fora de jogo”, disse.
O presidente ‘leonino’ referiu que “as pessoas não estão habituadas ao erro natural a favor do Sporting” e defendeu que a arbitragem em Portugal é independente desde que José Fontelas Gomes, o antecessor de Luciano Gonçalves na presidência do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), assumiu o cargo em 2016.
“Desde Fontelas Gomes, o anterior presidente do Conselho de Arbitragem, e hoje, Luciano Gonçalves, que a arbitragem é livre. É independente. Não tem dono. Sou o presidente do Sporting e garanto que a arbitragem não tem dono. Tem erros. O que não admito é que me digam que a arbitragem está pior. Como é que antes era muito boa? Está pior em quê?”, prosseguiu.
Frederico Varandas lamentou o “nível de ruído absurdo” em torno da arbitragem em Portugal e considerou desadequado rotular de “insustentável” a situação atual, tendo defendido que “insustentáveis” foram “os 40 anos de reuniões entre Pinto da Costa [antigo presidente do FC Porto] e Luís Filipe Vieira [antigo presidente do Benfica] para definirem os presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional ou da FPF.
“Durante décadas, a arbitragem não era independente. A arbitragem tinha um dono: FC Porto ou Benfica, com nomes, Pinto da Costa ou Luís Filipe Vieira. Tenho 46 anos, e crescemos assim. Um erro normal, seja dos jogadores, do treinador, do presidente ou do árbitro, durante décadas teve uma forma completamente desproporcionada”, frisou.
Acusando as estratégias de comunicação do FC Porto e do Benfica de “histeria, terrorismo e ruído”, Frederico Varandas referiu que o Sporting “não se desculpa com arbitragens” e defendeu que a Liga de clubes deve instituir multas pecuniárias muito mais pesadas para os dirigentes que falem sobre arbitragens.
“Só há uma maneira e já liguei ao presidente da Liga para o regulamento ser alterado. O presidente do Sporting fala sobre arbitragem? 100 mil euros [de multa]! Os presidentes do FC Porto. O Benfica faz um Twitter [atual X], 100 mil euros, ou 200 mil. É a única maneira”, reforçou.