O Marítimo fechou a 20.ª jornada como lanterna-vermelha da I Liga, após perder, por 2-1, com o FC Porto, com o golo do triunfo a chegar desde a marca dos 11 metros, já em período de descontos.
A partida começou algo trancada, com as equipas bem encaixadas, mas acabou por ver dois golos antes dos 20 minutos em lances de bola parada. Marcou primeiro o FC Porto, em cima do quarto de hora, na sequência de um livre cobrado por Sérgio Oliveira, com Uribe a finalizar na insistência com a ajuda de Taremi e Corona, mas também alguma benevolência da defesa da casa.
Os verde-rubros reagiram de imediato e, três minutos depois, na sequência de um pontapé de canto, restabeleceram a igualdade, por Léo Andrade, que após ser esquecido pela defesa portista finalizou sem grandes dificuldades. O lance ainda foi revisto pelo VAR, mas as imagens dissiparam todas as dúvidas quanto à legalidade do lance.
Perdida a vantagem, os dragões perceberam que era preciso colocar mais intensidade no jogo para ultrapassar o bloco defensivo dos madeirenses. Mas a coesão e grande solidariedade que norteavam as ações deste raramente permitiram grandes veleidades ao ataque azul e branco.
O Marítimo preocupou-se sobretudo em defender bem, mas sempre à espera de oportunidades para ferir os dragões. Já em período de descontos, numa falta ganha sobre a direita, Edgar Costa cruzou tenso e Joel Tagueu, solto, atirou com perigo, mas ao lado da baliza de Marchesín.
Foi uma primeira parte de grande luta, de parte a parte, com muitos duelos e também faltas, mas com uma agressividade saudável, apesar de algum nervosismo que, a espaços, ameaçou apenas estragar o jogo.
Milton Mendes foi refrescando a equipa, com a expectativa de que Macedo, Tamuzo, e Alipour poderiam atacar melhor a profundidade do que os já desgastados Joel, Edgar Costa e Jorge Correa, mas também para ajudar a fechar os espaços, muitas vezes em ações de cobertura.
As intenções portistas foram esbarrando na defesa madeirense e os dragões passaram por momentos muito difíceis na reta final do jogo. E se o Marítimo não chegou primeiro ao golo, muito ficou a dever a Marchesín, que negou a festa a Alipour, aos 83, e no minuto seguinte, a Léo Andrade, depois de Zainadine atirar ao poste.
Quando tudo levava a crer que o empate seria o resultado final, Rúben Macedo foi surpreendido por Francisco Conceição, derrubando-o com um empurrão pelas costas na grande área. Decorria o minuto 90, e Otávio, desde a marca dos 11 metros, não tremeu e fixou o resultado.
"Jogámos com um Marítimo extremamente bem organizado, baixo no campo e com uma solidez defensiva muito interessante, digo isto sempre que venho à Madeira e jogo com o Marítimo porque tem individualidades bastante interessantes." Sérgio Conceição, treinador do FC Porto
Raul Caires