Foram hoje inauguradas duas exposições, no Museu Etnográfico da Madeira (MEM), de forma a assinalar a quadra natalícia.
Uma das duas mostras temporárias, subordinadas ao tema da ‘Festa’, recebeu o título de ‘As Iguarias d’A Festa’, representando as rotinas da gastronomia tipicamente madeirense, tradicional desta época festiva, desde o dia da Imaculada Conceição à véspera de Natal, passando pelas missas do parto, e encontra-se em exibição na cala de exposições temporária do MEM.
A partir de hoje, volta também a estar aberta ao público a ‘Lapinha’ do Caseiro, um dos mais célebres presépios da Região, que se manteve durante décadas como uma das grandes atrações do Natal madeirense.
Recorde-se que o ‘caseiro’, Francisco Ferreira, é um artista autodidata que se cedo se demonstrou aptidão para talhar a madeira, esculpindo desde os 14 anos, tornando-se ‘santeiro’ de profissão. A ‘Lapinha’ reflete a maior obra da vida do artista madeirense.
Foi precisamente com o propósito de preservar e salvaguardar este “precioso testemunho do nosso património cultural”, que a coleção foi adquirida pelo Governo Regional para integrar e enriquecer o acervo do Museu Etnográfico da Madeira.
Na cerimónia de inauguração, Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura, referiu que “os tempos são desafiantes” e, hoje, “não há tempo para saborear, para cultivar, para confecionar” e, por isso, “essas práticas vão se perdendo”. No entanto, apesar deste quotidiano, “que é acelerado”, o dirigente recorda que “existem pessoas que são os guardiões dessa memória”, como é o caso dos responsáveis por trazer ao público as mostras ontem inauguradas.
“Com o exemplo que é singular e notável por parte da diretora do presépio temos conhecido essa recolha de um legado que se não for tratado com esse carinho é perdido”, sublinhou.
Mais considerou o dirigente que “quando não sabemos do engenho que a população desta Região foi capaz para dar volta às dificuldades isto é extraordinário”.
“Esta era uma informação que estava perdida no tempo para a grande maioria das pessoas. Todos nós como agentes desta informação devemos cultivá-la”, rematou Eduardo Jesus.
De referir que as duas mostras estarão patentes até 20 de janeiro de 2024.