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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

8/06/2021 08:00

Já há alguns anos que estamos familiarizados com que os funcionários do banco nos encaminhem para as caixas multibanco ou para um computador, contribuindo para a extinção dos seus próprios de postos de trabalho. Faz-me pensar que a culpa de volta e meia, termos de salvar um banco tem a ver com o excesso de contacto personalizado ao balcão.

Também já nos habituamos a que os nossos dados sejam monitorizados cada vez que usamos o nosso computador ou telemóvel, mas até não nos importamos com isso desde que continuemos a poder ver que biquíni a nossa vizinha usou nas férias ou o que comeu no domingo ao almoço aquele nosso primo afastado. De alguma forma, já nos vamos habituando também a ser censurados pontualmente pelas tecnologias. Aqui há uns dias pratos típicos portugueses como "batata a murro" e "punheta de bacalhau" foram considerados ofensivos e, como tal bloqueados, por uma aplicação de entrega de comida. Imagine-se o que aconteceria se a aplicação descobrisse uma menção ao nosso "pau da poncha"!

No entanto, na semana passada surgiram notícias que elevam a "ascensão das máquinas" a outro patamar no nosso país. Em Lisboa, a Sonae inaugurou o seu primeiro supermercado sem caixas graças a um sistema semelhante ao da Amazon Go que é possível graças a 230 câmaras, 400 sensores e tecnologia "machine vision". Mais a norte, no Porto, abriu um hotel que parece saído de um filme de ficção científica. O projeto de 30 milhões de euros tem por base uma forte componente tecnológica, disponibilizando inclusive robôs para efetuar o serviço de quartos.

Para alguns o supermercado e o hotel do futuro são o reflexo da nossa evolução, enquanto outros pensam que são apenas modernices que não vieram para ficar. Mas, se calhar, também foi isso que pensaram os datilógrafos quando apareceram os primeiros computadores no contexto de trabalho.

O futuro está mesmo aqui ao lado e não consigo deixar de pensar na ideia expressa por Yuval Harari, um dos mais reconhecidos pensadores dos nossos dias, no seu livro Homo Deus, em que sugere que estamos a desenvolver tecnologia de tal forma complexa e com cada vez maior nível de inteligência artificial, que no futuro, irá ter predominância sobre nós. Uma coisa é certa: eles já andam aí!

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