As relíquias do “Doutor dos Pobres”, como era chamado José Gregorio, já estão na diocese de Los Teques, em Caracas, capital da Venezuela. O momento ocorreu ontem com a entrega a ser feita pelo padre José António Conceição ao Bispo Freddy Fuenmayor.

Para hoje, 2 de maio, está programada uma caravana transportando as relíquias do Beato José Grogorio que percorrerá as ruas de Los Teques, após a missa na catedral de San Felipe Neri. A todos os mirandinos é pedido que enfeitem as suas casas como sinal de alegria pelo momento tão aguardado e esperado pelo povo venezuelano.

Da parte do episcopado, vem o apelo ao povo para viver este acontecimento como uma "luz de esperança" e a recordação de que José Gregorio, no seu tempo, enfrentou a epidemia da “gripe espanhola", colocando a sua inteligência e preparação a serviço do seu povo.

Na mesma mensagem, os bispos venezuelanos lembram que nestes tempos difíceis, “José Gregorio Hernández surge como um farol para iluminar o nosso caminho e compromisso”.

Depois da beatificação, na sexta-feira, 30 de abril, muitas das relíquias foram enviadas e colocadas em santuários e paróquias já existentes e naqueles que serão dedicados ao Beato "Doutor dos Pobres."

De acordo com a Vatican News, foram confecionadas “cento e sessenta relíquias com pequenos fragmentos de ossos do Beato Dr. José Gregorio Hernández”, num trabalho realizado “com devoção e delicadeza pelas Irmãs Servas de Jesus, Congregação fundada pela Beata, também venezuelana, Madre Carmen Rendiles”.

Segundo a mesma publicação, o pedido para a confeção dos relicários partiu do cardeal Baltazar Porras, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, “para que haja uma relíquia do esqueleto do beato em todas as dioceses e paróquias”.

Conheça o relicário

A Arquidiocese de Caracas informou que o relicário onde estão guardadas as peças que foram extraídas da exumação dos restos mortais de José Gregorio Hernández, a 26 de outubro de 2020, é obra das venezuelanas Matilde Sánchez e María Teresa Aristiguieta.

O objeto, todo ele carregado de símbolos foi executado ao pormenor, com materiais que caraterizam a vida do agora Beato. A peça “é um microscópio feito de ferro venezuelano que simboliza a paixão e dedicação científica do Dr. Hernández”, A parte central é o “seu característico chapéu que recorda sua presença e generosidade de espírito”, e, por fim, “no ápice, a relíquia rodeada por uma auréola de pérolas da Ilha de Margarita que evoca a sua devoção ao Santo Rosário”.

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Por Guadalupe Pereira