Thomas Dellinger, professor na Universidade da Madeira e socialista convicto, publicou, há instantes, um desabafo no seu Facebook criticando veemente a condução do PS nos últimos tempos.
“Relembro que o eleitorado vê com clareza que quem não consegue governar a sua casa, é inapto para governar para a causa pública”, escreve, vincando que “uma descida a quase 4ª força na Região, e a transferência de votos, pelo menos parcial, para partidos antissistema, é deveras preocupante e necessita de uma clara introspeção interna, em especial dos dirigentes, que, claramente, foram incompetentes na condução do partido nos últimos tempos”.
Neste sentido, declara que não apoia esta direção desde as Legislativas Regionais, a qual “não só se deve demitir, como deve ter a hombridade de não condicionar o Partido e as próximas eleições, como o fez nestas”.
“Os discursos da noite eleitoral mostram isso. A culpa é do populismo, a perda de votos segue a tendência nacional, estamos perante um ataque à democracia na Madeira, a culpa é de todos menos dos responsáveis pelo Partido. Não afirmo que os outros fatores não tivessem importância, mas a Direção tem-na também, e não a assume. Por exemplo o argumento de que segue a tendência nacional é simplesmente mentira, o PS a nível regional perdeu mais (19.84->13.46) do que a nível nacional (28.71->23.35) e está com uma percentagem bem inferior”, lê-se.
Thomas Dellinger defende “uma política interna do partido de inclusão, não de capelinha”, bem como “uma política que internamente reconhece valor aos seus muitos militantes, e não exclua uns contra outros”. Em suma, “Uma política interna que valorize os quadros que tem, uma das críticas que durante décadas lhe foi dirigida, e à qual esta direção voltou a dar credibilidade”.
“O PS-M pode voltar a se afirmar, mas, para isso, terá de resolver os seus problemas internos, não com pessoas escolhidas a dedo pela atual direção, mas por militantes que representem a nossa real diversidade, que, ao contrário dos atos desta direção, sempre foi uma das grandes mais-valias do partido”, conclui.