No próximo sábado, dia 21 de dezembro, pelas 06h00 da manhã, a Capela do Corpo Santo, situada na Zona Velha do Funchal, será palco de um momento histórico e simbólico: “a primeira Missa do Parto celebrada nesta capela em pelo menos 100 anos, numa iniciativa inédita que aproxima a Igreja da comunidade de tatuadores e do universo artístico contemporâneo”.
A celebração é impulsionada pelo padre Manuel, pároco conhecido, segundo sublinha a organização, “pelo seu perfil aberto, próximo e profundamente ligado às pessoas e à vivência comunitária da fé”. “Esta iniciativa reflete de forma clara a sua visão pastoral: uma Igreja viva, inclusiva e acessível, que acolhe todos sem distinção e que se abre ao diálogo com diferentes expressões culturais e profissionais da sociedade”, lê-se em comunicado enviado pelo tatuador Diogo Góis.
Dedicada simbolicamente aos tatuadores — mas aberta a toda a população — esta Missa do Parto representa “uma cooperação inédita entre a Igreja e uma comunidade artística frequentemente vista como distante do contexto religioso, afirmando que a fé, a tradição e a arte podem coexistir e enriquecer-se mutuamente”.
Após a celebração religiosa, o evento prolonga-se num convívio comunitário, com comes e bebes típicos, num espírito genuíno de partilha. Todos os participantes são convidados a trazer algo para partilhar, reativando a tradição popular que sempre esteve na base destas celebrações natalícias.
O momento contará ainda com banda tradicional, grupo de cantares e acordeão, reforçando a ligação à cultura popular madeirense e criando um ambiente profundamente enraizado nas tradições da ilha.
Esta Missa do Parto na Capela do Corpo Santo assume-se “não só como um marco religioso e cultural, mas também como um sinal forte de abertura, inclusão e renovação, mostrando que a Igreja continua a ser um espaço para todos e que a tradição pode ganhar novo significado quando vivida em comunidade”.
A organização convida residentes e visitantes a participar neste “momento único da vida cultural, social e espiritual da Madeira”.