Ricardo Lume, dirigente da CDU-Madeira, acha que a atual composição parlamentar - tanto com os partidos que apoiam o Governo como com os partidos da oposição- não tem dado resposta aos problemas efetivos das populações. O que a CDU tem identificado “é que os problemas das pessoas, como salários, habitação, custo de vida, estão a ficar em segundo plano em detrimento de jogadas e jogos de poder que põem em causa as instituições”.
Daí destacar a percentagem de indecisos, que está quase nos 18 por cento. Ricardo Lume considera, por isso, que não é bom a CDU não ter representação parlamentar e acha necessário alterar essa situação, dando resposta aos problemas dos madeirenses e dos porto-santenses.
Assim, Ricardo Lume, que considera que uma sondagem não passa disso mesmo, acredita que muitos vão apostar na CDU, uma vez que não veem saída do atual quadro.
“No essencial, não há uma posição clara às políticas aplicadas pelo Governo. Há uma luta de egos entre líderes partidários que, infelizmente, não está a dar resposta aos problemas dos madeirenses”, adiantou em reação à sondagem da Intercampus para o JM e pela JM FM, que faz manchete no Jornal de hoje e que deixa, de novo, a CDU de fora do Parlamento regional.
Apesar de não ter representação parlamentar, a CDU, diz Ricardo Lume, “continua na rua para defender os interesses dos trabalhadores e do povo”.
Sobre o facto de o PSD continuar à frente, tanto na sondagem do JM como na sondagem do DN, Ricardo Lume diz que há duas conclusões a tirar da sondagem. Em primeiro lugar, aponta “a cultura do medo”. Afirma que “há muita gente que, estando numa situação laboral que depende da governação, tem medo de, livremente, expressar a sua opinião”. Por outro lado, afirma que a nível de política concreta, os outros partidos que ocupam o Parlamento, muito concretamente PS e JPP; pouco diferem da política do PSD. E deu o exemplo “do ridículo que aconteceu no Parlamento”. Apareceram “partidos que disseram que era preciso adiar a moção de censura ao governo, porque tinha de haver orçamento. Adiou-se. E, depois, os partidos que defenderam ser importante a aprovação do Orçamento, chumbaram!”, afirma. “Esta realidade- proporcionada pelo PS e pelo JPP- cria descrédito”, ressalva.