O antigo eurodeputado Nuno Teixeira mostrou-se hoje preocupado com o risco de a Madeira vir a perder a representação no Parlamento Europeu, nas eleições europeias de 9 de junho.
Numa conferência sobre o Dia da Europa, no salão nobre da Câmara Municipal do Funchal, Nuno Teixeira disse que seria “catastrófico” se fossem confirmadas as projeções expressas em sondagens de que os candidatos madeirenses Rubina Leal, em 9.º lugar na lista do PSD, e Sérgio Gonçalves, na 8.ª posição entre os socialistas, podem não conseguir ser eleitos.
Para o antigo eurodeputado, eleito pelo PSD para um mandato entre 2009 e 2014, a presença institucional da Madeira em Bruxelas “é extremamente importante”.
No final de abril, uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias de Lisboa, Jornal de Notícias e TSF indicou que o PS perderá representação no Parlamento Europeu, passando de nove para sete eurodeputados, e a AD (PSD/CDS) cairá de seis para cinco representantes. Se se confirmar esta projeção, nenhum dos dois madeirenses será eleito. No atual mandato, a Madeira tem dois parlamentares, um do PSD e outro do PS.
“Espero eu que não se confirmem estas previsões, porque acho que seria catastrófico que não tivéssemos ninguém capaz de levantar a voz não só pela Madeira, mas também pelos Açores no Parlamento Europeu”, disse.
Nesta conferência, o ex-eurodeputado defendeu também a necessidade de mudar a “imagem” das regiões ultraperiféricas (compostas por nove regiões de Portugal, Espanha e França), alimentada pelos “burocratas de Bruxelas”. Teixeira disse que esses “burocratas” pensam que as RUP olham para a UE como um “guiché” onde vão reclamar “subsídios”.
As RUP têm “dificuldades permanentes que precisam de ajudas permanentes”, mas estas regiões “devem ser encaradas como um projeto” que dá extensão e projeção à Europa, considerando que valem “mais de metade da Zona Económica Exclusiva” da UE.
Nuno Teixeira vê ainda as RUP como locais com “potencialidades” e como “laboratórios de inovação” que precisam ser mais bem explorados.
Já Marco Teles, coordenador do Europe Direct na Madeira, destacou a importância de os eleitores irem às urnas a 9 de junho. Teles lembrou que, nestas eleições, haverá pela primeira vez o voto em mobilidade, o que vai permitir que alguém possa votar noutra mesa de voto que não a habitual.
Por seu turno, a presidente da Câmara Municipal do Funchal criticou a burocracia europeia, que atrapalha a competitividade do espaço comunitário, e Portugal por, ao transpor as diretivas, “inventar” e ainda tornar o que já é burocrático em algo mais complexo. “O Estado Português não pode ir além do que tem de transpor”, pediu.