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Artigo de Opinião

Subdiretor JM

18/05/2024 08:05

Nunca como agora se ouviu falar em contas na política regional. De sumir e de somar.

Contas às coligações pós-eleitorais.

Contas ao número de deputados. Mesmo sem sondagens a sustentá-las.

Contas aos partidos que vão estar no Parlamento.

Contas e mais contas que colocam qualquer um com a cabeça à roda.

Todos fazem contas. E repetem-nas até à exaustão. Algumas são tão recalcadas que se tornam virais. De tal modo que se perde o rasto às suas origens. Essas são as melhores, pois claro, porque não se percebe se nasceram à esquerda, ao centro ou à direita, embora quase todos saibamos que a matemática que beneficia um ou outro lado tem quase obrigatoriamente de ter uma génese parcial.

As promessas, essas, são como os chapéus. Há muitas e para todos os gostos. E ninguém se atreve a fugir dos assuntos que marcam a atualidade.

Todos prometem mais habitação. Indicam ser necessário dar mais condições aos empresários. Desonerar a carga fiscal. Aumentar os professores, polícias, bombeiros, médicos, enfermeiros e outros que tais. Dizem ser preciso gastar mais em lares e no social. Investir na agricultura. Enfim, prometem sol e chuva ao mesmo tempo, mas nunca se comprometem em explicar muito bem como é que vão conseguir assumir todos os compromissos.

Em suma, as tais contas que sobram a caminho do Parlamento não aparecem quando realmente importa. Talvez para não baralhar os eleitores. Importa apenas dizer o que o povo quer ouvir e o que está à vista de todos. Depois logo se vê. Mesmo que as tais casas que são necessárias atropelem os terrenos agrícolas ou questões ambientais. Ou que os aumentos salariais colidam com os interesses empresariais. O importante é prometer muito e bem. A seguir a culpa até pode ser de quem já lá estava antes ou, em última análise, do Estado.

O estranho nestas contas, ou pelo menos de quem gosta de complicar as contas dos outros, é a ânsia pelos números das sondagens. Quando surgem, são sempre encomendadas por quem fica melhor no retrato. Quando não aparecem, é porque não interessa a alguns. As interpretações dos avaliados são sempre felizes, desde que se mate o mensageiro. Quem realmente integra os estudos de opinião tem sempre razão para desconfiar da pergunta ou da amostra.

A cerca de uma semana do ato eleitoral, importa perceber o momento. Filtrar as promessas e encontrar o caminho que devolva estabilidade governativa à Região. Desfecho difícil, a avaliar pela maioria das contas que se ouvem por aí.

O que não se ouve, mas deveríamos, é a garantia de aprovação de um orçamento regional. Seja qual for o resultado obtido por qualquer partido, a Madeira precisa de sair do atual marasmo. Mas aqui estaremos, depois, para perceber quem olhou apenas para o seu umbigo. Esses terão de prestar contas a todos.

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