Um reacendimento na freguesia do Curral da Freiras do incêndio que lavra desde quarta-feira na Madeira e a possibilidade de o mesmo acontecer na Fajã das Galinhas não permite o regresso dos habitantes retirados de casa, disse fonte municipal.
“Temos a situação do fogo que reacendeu na zona do Curral das Freiras”, afirmou o presidente do município de Câmara de Lobos, Leonel Silva, em declarações à agência Lusa.
Segundo o autarca, o fogo reacendeu num local montanhoso, num “sítio inacessível para meios humanos, operacionais e o meio aéreo”.
“A situação no período da manhã estava contida, mas com o início do dia, com o sol e com o vento, e como existem muitos pontos quentes, rapidamente pode ocorrer este tipo de situações que é os reacendimentos”, sublinhou.
De acordo com Leonel Silva, esta situação no Curral das Freiras “é o único ponto ativo” no concelho de Câmara de Lobos.
Contudo, acrescentou, outra situação que está a deixar o município “ainda com uma preocupação redobrada” e que continuou a envolver “muitos meios da Câmara Municipal ao longo do dia de hoje tem a ver com a da Fajã das Galinhas”.
“Não está inativo e existem ainda alguns pontos quentes”, disse, acrescentando que, apesar de não haver labaredas, “à semelhança com aquilo que se passou no Curral das Freiras não dão garantias de segurança de que não possam surgir novos fogos”.
Por isso, continuou, os responsáveis preferiram “não correr riscos e garantir que as pessoas não estão lá”, explicando que naquele local o problema não é o fogo colocar em risco as casas, mas a situação da estrada de acesso.
Segundo o autarca, a escarpa não está segura, havendo a queda de pedras e de troncos, e também não dispõe de iluminação pública.
Além disso, este acesso, que tem “uma orografia e características complexas, oferece alguma instabilidade que é recorrente e cíclica”, sendo que o fogo “veio agravar um pouco mais essa instabilidade”, acrescentou, insistindo que a via não pode ser reaberta até estar garantida a segurança pelas autoridades competentes.
Leonel Nunes indicou ainda que, durante o dia de hoje, cinco dos 129 residentes da Fajã das Galinhas que tinham sido retirados decidiram regressar a casa, “por sua conta e risco”, contrariando as orientações dadas. Entretanto, uma das pessoas que tinha regressado já voltou a sair.
O presidente do município disse também compreender a preocupação da população com os seus animais e propriedades, assegurando que a autarquia está a fazer um levantamento de todas as situações e já levou alimentação para animais de companhia domésticos.
“Todos os serviços da câmara municipal estão empenhados no apoio às pessoas”, realçou, insistindo que é preciso estarem “reunidas as condições mínimas” para que a estrada de acesso possa ser intervencionada e desobstruída, permitindo o regresso das pessoas a casa.
De acordo com Leonel Nunes, a Fajã das Galinhas residem 129 pessoas que compõem 36 famílias, estando 16 agregados, num total de 42 pessoas, ao cuidado do município.
“Dessas 129, estão todas fora, só aquelas quatro é que por sua conta e risco decidiram ir para lá. Em todo o caso não estão em situação de risco porque a zona não está afetada pelos fogos e não há perspetiva de ter fogos nessa zona”, assegurou, acrescentando que lhes foi facultado um telefone para estarem contactáveis.
O autarca acrescentou que a zona residencial daquela localidade “não tem problemas, o fogo não chegou às casas, nem esteve próximo das habitações”, reiterando que “o ponto crítico na Fajã das Galinhas é a estrada de acesso”.