A Câmara Municipal do Funchal apresentou, esta quinta-feira, 5 de junho, o projeto ‘Funchal Zero Waste’, um plano estratégico com o objetivo de transformar a cidade numa referência nacional em sustentabilidade e gestão de resíduos. A iniciativa, apresentada pela vereadora do Ambiente, Nádia Coelho, integra mais de uma dezena de medidas concretas e define metas ambiciosas até 2030. O compromisso de adesão à certificação foi, hoje, formalizado com a Associação Zero, na presença do seu representante Paulo Lucas.
“Este é um passo ambicioso, mas necessário no caminho que queremos trilhar rumo a uma cidade mais sustentável, mais limpa, mais consciente e amiga do ambiente. ) O ‘Funchal Zero Waste’ não é apenas um slogan, é um compromisso’, afirmou a vereadora Nádia Coelho.
Nesse sentido, sublinhou que o projeto representa “um compromisso com a redução do desperdício, com a reutilização de materiais, a compostagem, a reciclagem e, acima de tudo, com a mudança de comportamentos”. Nádia Coelho alertou para a urgência ambiental que já se faz sentir e afirmou que “o Funchal tem o dever de liderar pelo exemplo”.
Taxas de reciclagem acima da média
Nádia Coelho destacou que o Município do Funchal já superou a meta da Estratégia de Resíduos de Madeira para 2025, com uma taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 28,6%, ultrapassando os 25% estabelecidos. Apesar do progresso, “ainda há um caminho a percorrer, no que diz respeito à reciclagem, reforçando a recolha porta-a-porta e apresentando soluções que evitem ao máximo a contaminação dos resíduos depositados”, salientou.
Ações já implementadas
A vereadora do Ambiente lembrou que, desde 2022, o município tem vindo a implementar diversas iniciativas no terreno, entre as quais: campanhas gratuitas de recolha de monstros; fechaduras eletrónicas em ecopontos, limitando o acesso a residentes para evitar deposição indevida; projeto-piloto gratuito para resíduos de construção e demolição; instalação de 14 compostores comunitários, promovendo a valorização de resíduos orgânicos; circuito de recolha porta-a-porta de bioresíduos, já ativo na Rua da Carreira, para o setor da restauração; criação de uma unidade de sensibilização ambiental, com ações dirigidas a crianças, jovens e adultos.
Investimento de 6 milhões de euros
A autarca deu nota ainda do “grande investimento” realizado na renovação da frota de limpeza urbana e recolha de resíduos, com 39 viaturas, 28 equipamentos industriais e contentores de transferência, num investimento que já ultrapassa os 6 milhões de euros. Foram ainda contratados 58 cantoneiros e 22 motoristas, estando em curso novo concurso para reforçar a equipa com mais 16 cantoneiros.
Metas até 2030
Apesar do muito feito “precisamos de fazer ainda mais. Este projeto Funchal Zero Waste visa envolver todos. Cidadãos, empresas, escolas, instituições públicas, associações e também turistas”, realçou.
Entre as várias ações previstas no plano, cerca de 19, Nádia Coelho destacou algumas: redução em 10% da quantidade de resíduos urbanos indiferenciados; aumento progressivo da taxa global de recolha seletiva até 50%; expansão da recolha seletiva de resíduos orgânicos; sessões regulares de esclarecimento e sensibilização para população e setores produtivos.
Um apelo à participação coletiva
“A mudança não acontece de um dia para o outro, mas acreditamos que com persistência e envolvimento de todos, tudo é possível”, afirmou Nádia Coelho. A vereadora um apelo: “porque ada gesto conta. Cada embalagem evitada, cada objeto reutilizado, cada grama de lixo que não vai parar ao aterro ou ao oceano faz a diferença”. Nesse sentido, convidou toda população a juntar-se a esta causa, para que todos contribuam para um “Funchal com menos desperdício e mais consciência ambiental”.