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Falta de dinheiro 'trava' investigação em saúde mental na Madeira

JM-Madeira

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Data de publicação
17 Maio 2021
10:51

O Observatório de Saúde Mental da Região admite dificuldades em colocar em marcha algumas investigações.

A opinião é de Isabel Fragoeiro, coordenadora daquele Observatório e foi manifestada há instantes na tertúlia subordinada ao tema 'Investigação em Saúde Mental na Região Autónoma da Madeira', organizada pelo departamento de Investigação do Centro de Reabilitação Psicopedagógica da Sagrada Família.

Isabel Fragoeiro diz que é a nível da governação que se movimentam muitas verbas e, na verdade, apesar do interesse ter sido manifestado, é preciso passar ao apoio real e efetivo.

No âmbito do Dia Nacional do Cientista, esta iniciativa decorre online e conta com intervenções não só da coordenadora do Observatório de Saúde Mental da Madeira [que surgiu através de uma parceria entre a Universidade da Madeira (UMa) e a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil], de Ricardo Alves, diretor clínico do Centro Psicopedagógico da Sagrada Família e Daniel Neto, também elemento do Observatório e psiquiatra na Casa de Saúde São João de Deus.

Daniel Neto diz que a Madeira tem feito alguns estudos ao nível da Saúde Mental mas explica que desenvolver as iniciativas envolve muitas dificuldades, sobretudo no que diz respeito ao dinheiro. "É preciso dinheiro para desenvolver estes trabalhos", afirma o psiquiatra. Daniel Neto afirma que tem de haver pessoas só a trabalhar na investigação. "Não pode haver pessoas na clínica, na investigação", denuncia. O psiquiatra á o exemplo do Centro de Saúde Mental de Zamora, em Espanha, que desenvolveu um projeto que devia ser feito na Madeira. Um conjunto de médicos criou uma associação, candidatou-se a projetos e desencadeou uma estrutura exemplar. Isabel Fragoeiro, por seu lado, diz que no que diz respeito às realidades de saúde mental, há toda a conveniência e interesse de uma Região que o conhecimento da realidade de saúde mental seja fidedigno. A coordenadora do Observatório de Saúde Mental afirma que, na Região, são poucos, aqueles com vontade de se agregarem e partilharem conhecimento porque "há muitas aldeias e muitas capelas".

Ricardo Alves, que já coordenou o serviço de psiquiatria do SESARAM, afirma que, num mundo global, não faz sentido existirem 'aldeias'. Elogiando a criação do Observatório da Saúde Mental, que surgiu em 2019, o psiquiatra diz que o Centro Psicopedagógico da Sagrada Família tem estado atento e vai respondendo às necessidades que vão surgindo. Salientando a ótima colaboração com a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil, Ricardo Alves afirma que o apoio e reconhecimento só vem de há 10 ou 15 anos a esta parte. "Estamos a ter cada vez mais projeção. Quer a 'troika', quer a pandemia, vieram alterar os focos de interesse e de desenvolvimento. A troika já deixou o nosso país. Não quer dizer que não volte após a pandemia. Espero estar enganado. Mas se vier, será muito pior", afirma Ricardo Alves, que adianta que estão a disparar as perturbações de ansiedade. Há mais de 200 utentes internados naquele centro e a pandemia foi uma altura muito complicada para os jovens que ali estiveram e estão.

Sobre o Observatório de Saúde Mental, destaca a sua importância.

Carla Ribeiro

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