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Artigo de Opinião

16/04/2024 08:00

Na cartografia medieval aparecia a expressão “Hic sunt dracones” para designar zonas que ainda não estavam exploradas e onde deveriam ou poderiam existir perigos desconhecidos e gigantescos. Quem consulta esses mapas, verifica que essas áreas eram ilustradas com dragões ou animais mitológicos assustadores. Avançar para lá do conhecido mostrava o caráter aventureiro, inconformado, resiliente, utópico dessas pessoas. E houve tanta gente que ousou e avançou, temendo os dragões, mas tentando conhecê-los e vencê-los. E conseguiram. Com vitórias e derrotas, mas sem nunca desistirem dos seus sonhos, perceberam que enfrentar dragões abre caminho a horizontes melhores e luminosos.

Encontro semelhanças entre a frase “A partir daqui há dragões” e a política regional, onde o PSD é poder há quase 50 anos. É um território conhecido há meio século e que se limita a manter a população calada e na dependência do poder sem o questionar. O poder laranja incute o medo de outras formas de governar e gere sempre a coisa pública, remetendo para um inimigo externo os “males” que não consegue resolver.

Que herança nos deixou o PSD-M até agora? Dívida pública enorme, listas de espera gigantescas no acesso à saúde, habitação a custos inacessíveis para quase toda a população, pobreza estrutural, caridadezinha promotora de dependência e manutenção dos mesmos no poder, perseguições na administração pública, impostos elevados de que não abdica, para sugar ainda mais dinheiro à população e reenterrar em projetos megalómanos com estreitas ligações a grupos económicos que alegadamente enriquecem neste sistema.

A questão que se coloca a todas e todos é: até onde estamos dispostas/os a lutar pelos nossos sonhos? Quase meio século a ver governar mal, sempre com medo dos dragões que poderão estar à nossa frente, adormece a nossa vontade de mudar e escolher outro caminho para a governação na RAM? Ou será que, tal como aos nossos antepassados, o “Hic sunt dracones” (a partir daqui há dragões) funciona como um ponto de partida para a mudança que se torna cada vez mais urgente na Madeira e no Porto Santo?

Será que 48 anos quebraram a nossa vontade de sonhar com um mundo melhor, deixando-nos satisfeitas/os com as migalhas que o poder laranja distribui pelas pessoas que o louvam e veneram? Ou sentimos que chegou a altura de virar a página e apostar em caminhos diferentes que promovem valor e desenvolvimento?

Em democracia, felizmente, podemos escolher os projetos políticos que achamos que melhor servem a nossa sociedade. Quem quiser continuar a votar no PSD-M, vote. Escolherá manter por mais 4 anos a pobreza estrutural, a desigualdade, a habitação inacessível, a saúde de rastos, as perseguições a quem pensa diferente, a caridadezinha promotora de dependência e sabujice. Há quem queira votar CDS, IL, PAN, Chega. Vote e tenha a consciência de que qualquer um destes partidos vai aliar-se ao PSD-M para manterem tudo como está.

Se queremos mudar o rumo da nossa terra, se queremos deixar o passado para trás, só há um partido que conseguirá realmente fazê-lo: o Partido Socialista. Já deu provas de que respeita os valores da liberdade e da igualdade. Respeita quem pensa diferente. Não exclui. Antes pelo contrário, promove a igualdade de oportunidades e constrói soluções eficazes para uma sociedade desenvolvida e justa.

“Hic sunt dracones”, a partir daqui há dragões, que mote fantástico para criarmos um novo tempo e dobrarmos o cabo da Boa Esperança. A Madeira e o Porto Santo merecem! Virar esta página está ao nosso alcance.

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