No boletim deste sábado da Direção-Geral de Saúde (DGS), em que são atribuídos mais 288 casos de covid-19 à Madeira, a autoridade de saúde nacional apresenta uma explicação para a discrepância de números em relação aos apresentados pela Direção Regional de Saúde.

"Dos dados apresentados da Região Autónoma da Madeira, 81% dos casos teve um período entre o diagnóstico e notificação superior a 48 horas, decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização", lê-se no documento que atualiza a situação epidemiológica em Portugal.

Uma explicação que não coincide com aquela apresentada esta sexta-feira pela entidade regional, que acusava a DGS de divulgar números "geradores de desinformação junto da população" e igualmente "prejudiciais para a dinâmica do setor do turismo na Região".

"Os números fidedignos são os dados reportados, diariamente, pela Direção Regional de Saúde, de forma clara, segura e transparente. Os dados reportados pela DGS têm como fonte de informação plataformas eletrónicas nacionais, SINAVE, que têm apresentado anomalias que resultam em atrasos nas notificações e cruzamento de informação", referiu ainda a mesma nota enviada ontem às redações pela Secretaria Regional de Saúde.

Cumpre ainda recordar que a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, referiu ao JM, na edição de quinta-feira, que é normal "haver discrepâncias". De todo o modo, não as considera como "graves" e salienta "que mais tarde são acertadas". "Haverá casos que a região autónoma conhece precocemente, mas que não foram inscritos no sistema, mas isso são pequenas discrepâncias; haverá outros em que as moradas não coincidem exatamente com a morada oficial, e isso tem sofrido ajustes em termos da verdadeira localidade a que o caso deve ser imputado", acrescentou a responsável.