A CDU realizou, esta sexta-feira, uma tribuna pública, na Rua Dr. Fernão Ornelas, onde lembrou que a habitação "é um direito" e "nõ pode ser um negócio".
"Vivemos numa Região onde tanta gente precisa de casa, mas também existem tantas casas vazias. O Governo Regional com as suas políticas está a negar o direito à habitação aos madeirenses, cada vez mais é difícil para quem vive do seu trabalho ou da sua reforma dar resposta às suas necessidades habitacionais, os preços dos imóveis estão apenas acessíveis para estrangeiros endinheirados e no mercado de arrendamento os preços são intoleráveis", começou por apontar o deputado Ricardo Lume.
O deputado refere que, já em 2022, "era notório que a Estratégia Regional de Habitação não iria dar resposta a médio prazo às cerca de 5 mil famílias que na altura precisavam de apoio público para lhes ser assegurado o direito constitucional à habitação".
Nesse sentido, a CDU entende que as pessoas não estão condenadas a esta "política de exploração e empobrecimento", sendo que "existe uma outra política um novo rumo" que permite que a sociedade possa viver melhor da sua própria terra.
É precisamente por esse motivo que o partido defende a "criação de um sistema de acesso à habitação com renda compatível com o rendimento familiar, revogando a atual lei do arrendamento (conhecida por Lei Cristas ou Lei dos Despejos) e relançando programas de renda apoiada e de renda condicionada, mobilizando para isso o património habitacional público", aponta.
Além disso, a CDU propõe a limitação do valor máximo da renda em novos contratos, para evitar a possibilidade de recorrer aos despejos (proibindo-os em várias situações) e da não renovação dos contratos.
"Para fazer face ao acelerado agravamento da situação económica e social, a CDU propôs ainda a redução de taxas e comissões bancárias, a renegociação do empréstimo a partir de 30% de taxa de esforço, a fixação de um spread máximo", observa.
Além disso, a CDU propõe também outras medidas, entre as quais a proibição da venda de habitações em território regional a estrangeiros e a fundos Imobiliários para fins alheios à residência na Região; e que sejam tomadas medidas de forma a controlar e a fixar números máximos para o Alojamento Local, de forma a evitar a transformação de edifícios construídos para habitação em edifícios para fins turísticos.
"A Região Autónoma da Madeira tem de ser uma Região onde os madeirenses e porto-santenses possam viver numa habitação adequada ás suas necessidades e de acordo com os seus rendimentos e não uma região apenas para estrangeiros endinheirados, ou para um punhado de locais com ligações privilegiadas à governação regional que enriquecem à custa da especulação imobiliária empurrando a restante população para uma espiral de empobrecimento que até nega o direito à habitação digna", remata.