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Artigo de Opinião

Conselheiro das Comunidades - África do Sul

3/02/2023 08:00

Acabámos de entrar em 2023, vivos mas com pressentimento ou perceção de que as coisas como atualmente se apresentam na política, os efeitos de um "lockdown", negócios, investimentos, finanças pessoais, propriedade, tecnologias, saúde, desporto, artes, cultura, (in)segurança, desvalorização da moeda, aumento permanente de combustíveis, vasos de guerra russos e chineses sulcando águas do Índico para um exercício conjunto com a marinha sul-africana, o aumento desenfreado do custo de vida e uma crise energética com contornos nebulosos, onde o executivo se contradiz, com o presidente a afirmar que em breve estará solucionado, o ministro da (sem) energia a dizer em seguida que dentro de 6 a 12 meses o problema está resolvido e a utilitária, anunciando quase em simultâneo que "loadshedding" se manterá por dois anos, leva-me a vaticinar que teremos pela frente outro ano muito complicado ou menos bom o que não augura bem para este país que outrora foi o motor da economia africana, hoje, ultrapassado devido à cleptocracia recorrente e à corrupção inaceitável que grassa a todos os níveis e que nos faz aproximar de um estado mafioso.

As lutas facciosas pelo poder atingiram níveis inaceitáveis e doentios. Ramaphosa, ainda chefe de estado, com expressões que denotam racismo e parece revelar o desejo de desarmonizar diferentes grupos, o que é reprovável, desnecessário e negativo, direi mesmo sinistro, o que reforça a minha convicção de que aquilo que funciona nas entranhas do partido governamental não funciona em prol da sociedade sul-africana nem contribui para a harmonia que ansiamos. Muito pelo contrário.

Face a estas circunstâncias é como saltar da frigideira para a fogueira. Uma crise alimentar não é de excluir uma vez que a disruptiva falta de energia elétrica paralisa o bombeamento de água criando dificuldades aos agricultores e posa um risco muito sério a longo prazo a todo o setor agrícola com fortes implicações de fazer perigar a segurança alimentar e se o racionamento for elevado para nível 7 ou mais alto, estão então criadas as condições catastróficas que serão acompanhadas de um risco imenso em termos de segurança nacional e o inevitável agravamento da inflação que por sua vez os agricultores plantarão menos devido à subida de preços quando 61 milhões de sul-africanos já faz face a um aumento sem precedentes dos preços de géneros alimentícios e quando se encontra sob uma pressão económica desorientadora.

Retalhistas começam agora a repelir a armazenagem de alimentos, especialmente, produtos frescos, como vegetais para evitar desperdícios e perdas financeiras elevadas, pois as interrupções de eletricidade afetam todos os sistemas de refrigeração e agravados exponencialmente pelos desafios da época estival.

Outro fator de grande preocupação, o risco de crime violento que afeta a nação de lés-a-lés. Segurança é um tema quente devido a ser precária a situação de segurança de pessoas e bens. O crime violento como sabotagens, raptos, carjackings, homicídios, violência contra mulheres e crianças, violência doméstica, invasões a residências, assaltos a negócios à mão armada, e até violência política com assassinatos, crimes estes que ao invés de diminuírem, aumentaram, gerando um desassossego e uma das razões para o abandono de estudos e do país para outros lugares melhores em termos de segurança.
Quando a polícia falha, os tribunais não aplicam a lei, qualquer cidadão consciente se sente vulnerável, arreceado, infeliz e desprotegido uma vez que estes órgãos são o último reduto de defesa de qualquer cidadão.
Os prospetos da deflagração de outra guerra mundial, a atemorização do expansionismo russo em África pode muito bem significar o estopim para o espoletar dum conflito de proporções inimagináveis.

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