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Artigo de Opinião

11/07/2022 07:30

Em finais de Outubro há a mudança na direção, sai Carlos Pereira e entra Rui Fontes, e com esta chega Vasco Seabra para a liderança técnica. A partir daqui, entre novembro e início de janeiro, o Marítimo entra num ciclo muito positivo, averbando 5 vitórias (com uma vitória em Braga), 1 empate e apenas 1 derrota, esta na Luz. Entrando assim para a segunda volta no 9º lugar com 23 pontos. A meio deste ciclo toma posse a 2 dezembro o novo Conselho de administração da SAD do Marítimo, com João Luís a assumir a responsabilidade da equipa profissional de futebol dos verde-rubros.

Por opção própria o Marítimo dispensa ir ao mercado em Janeiro, promovendo alguns jogadores das equipas secundárias para o plantel principal, com Rodrigo Andrade, Miguel Sousa e André Teles na berlinda. Porém, nesta segunda metade de Vasco Seabra, o Marítimo apenas foi capaz de alcançar a vitória por 4 vezes (já contando com a vitória em Braga), empatando outras 6 partidas e somando 7 derrotas, a maioria em casa.

Sendo de enaltecer a recuperação que a equipa alcançou e o trabalho de Seabra com a prata da casa e sem novas entradas, foi visível, porém, as limitações da equipa e quais os pontos que se deveria focar para que a nova temporada fosse ao encontro dos pergaminhos do clube e àquilo que os sócios expressaram, de forma bem vincada, no último ato eleitoral. Pelo que, ao partir-se para esta nova temporada, inevitavelmente a exigência que recai sobre esta nova direção e a sua SAD é proporcionalmente igual à expetativa de uma equipa mais forte por parte dos adeptos.

Indo por partes. É com agrado que vejo alguns problemas crónicos a serem paulatinamente resolvidos: a questão do relvado, resultado de uma gestão inacreditável que levou à interdição do estádio e à obrigação de jogar vários meses fora de portas. O novo sistema de irrigação e o novo tapete verde darão as condições necessárias para que os bons espetáculos possam voltar aos Barreiros. A eterna discussão sobre a legalização do estádio, nomeadamente o seu licenciamento que, na prática impedia que o Marítimo pudesse "comercializar" este imóvel avançando com a instalação de unidades comerciais, tornando o seu estádio uma fonte de receita e não apenas de despesa. Para além de que, caso não tivesse sido resolvido, seria um grave problema com a Liga na presente temporada. O reatar da ligação aos adeptos, naquilo que, como temos visto, é uma aposta forte do Presidente Rui Fontes. A deslocação aos vários concelhos da ilha, a aposta nas casas do clube, a ligação à diáspora e a maior interatividade nas redes sociais, sem esquecer a revisão das tabelas de preços para os sócios, são um bom princípio para aquilo que o clube terá necessariamente de ser: de e para os seus adeptos.

Se tudo isto é extremamente positivo, não podemos ignorar que grande parte daquilo que poderá ser o sucesso desta nova Direção dependerá, quer queiramos quer não, da performance da sua equipa de futebol. E se a bola não entrar, não tenho dúvidas que o ambiente de lua-de-mel arrefecerá.

À data que escrevo este texto os planteis dos clubes da Liga portuguesa ainda estão a ser preenchidos. São as contingências de um mercado que só fecha a 31 de agosto. Pelo que, por natureza, nada é definitivo até não ser possível mudar. Temos assistido à saída de jogadores (Alipour, Rafik, Henrique, Paulo Vitor, Rossi) que foram importantes na época passada, a maioria titular. E sem esquecer os assédios ao Wink, ao Matheus e ao Joel. Entraram apenas três caras novas (Brito, Vega e João Afonso). Não sendo famoso, não é isto que me preocupa.

Preocupa-me mais algumas declarações que tenho ouvido dos responsáveis. Ainda há poucos dias, João Luís, presidente da SAD, dizia que lamentava que, quando tomaram posse em dezembro, a sua direção tivesse que "canalizar a energia para a própria época e não para a próxima" explicando que o tempo não jogou a favor do planeamento e restruturação do plantel. E que as contratações destes três jogadores foram muito difíceis! Confesso que tenho dificuldade em digerir isto. Primeiro porque desconheço uma equipa que comece a preparar a temporada seguinte em dezembro. Depois porque o Marítimo garantiu a manutenção em abril, após a vitória com o Boavista - o que me leva à pergunta sobre o que fizeram entre abril e julho?! São quase 4 meses! E dos jogadores que chegaram, um veio da equipa B do Benfica, outro dos sub-23 do Estoril e o terceiro um jogador livre que esteve um ano parado por lesão! Se isto foi muito complicado...

Acredito que todos estão a trabalhador para o melhor para o clube. Não tenho dúvidas. Mas reservo-me no direito de achar isto tudo... preocupante, a menos de um mês do primeiro jogo oficial da época. Espero estar errado e nos próximos dias chegarem verdadeiras mais-valias. Aguardemos.

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