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Artigo de Opinião

15/02/2022 08:00

Quem nunca? Dependendo do tipo de atividade online, há quem partilhe mais, há quem partilhe menos, muitos de nós já partilhamos algumas informações sobre os nossos filhos. Será correto? Será que partilhei demasiada informação? Será que expus demasiado o meu filho? Não podemos adotar uma postura extremista em relação a este tema, a partilha pode ser feita seguindo algumas orientações, de forma equilibrada, respeitosa e informada.

Em geral, ao utilizarmos as redes sociais partilhamos informações pessoais, seja o local de trabalho, o nosso animal de estimação, a nossa data de aniversário ou o nosso destino de férias, e quem tem filhos, acaba por incluí-los nessa partilha. É importante refletirmos sobre este tema se, por um lado, temos direito à nossa liberdade individual e queremos partilhar com os nossos amigos e seguidores determinados acontecimentos da nossa vida, por outro, temos de pensar também no direito à privacidade das crianças, pois a forma como é feita esta exposição é importante, assim como o tipo de conteúdo que é partilhado. Por exemplo, se pensarmos em partilhar um vídeo de um comportamento do nosso filho, algo percecionado pelo mesmo como constrangedor, mas cómico para nós, devemos avaliar se estaremos a humilhá-lo ou a expor a sua privacidade. A exposição excessiva e precoce poderá ter um impacto negativo no desenvolvimento da personalidade da criança, tornando-a mais insegura e com dificuldade em estabelecer e compreender o que são limites de privacidade.

Tendo como base o respeito pelo outro, a partilha de conteúdos que incluam os filhos deve ser feita seguindo a mesma lógica do que seria partilhado sobre nós.

Neste sentido, coloco à vossa consideração duas questões simples: Se nunca publicaria um momento seu embaraçoso, porque publicaria dos seus filhos? Gostava que o seu filho fizesse uma publicação a desabafar sobre uma atitude sua com ele? Por vezes basta invertermos os papéis e colocarmo-nos no lugar do outro para a nossa perspetiva mudar.

Como referi anteriormente, este não deve ser um tema "ou sim ou sopas", é possível partilhar conteúdos sem comprometer ou envergonhar os mais novos. Para tal, antes de publicar fotografias ou vídeos nas redes sociais, existem alguns aspetos que pode ter em conta:

- Tenha sempre em consideração as diferentes definições de privacidade nas redes sociais que utiliza, e quando partilhar imagens dos seus filhos, faça-o em modo privado (apenas para um grupo de amigos selecionado previamente por si);

- Antes de partilhar uma fotografia questione-se "Até onde pode chegar esta fotografia?" Se tiver dúvidas sobre a resposta, o mais seguro é não publicar;

- Pode ser criativo ao partilhar uma fotografia dos mais novos, escondendo o seu rosto através de um emoji ou um GIF (compreendo que não tenha o impacto desejado, mas é o mais seguro);

- Pode partilhar fotos dos seus filhos de costas, assim continua a proteger a sua identidade;

- Para os mais crescidos, uma boa estratégia é questionar se podem publicar uma fotografia sua. Uma boa comunicação evita muitos conflitos;

- Por último, é importante que ambos os pais estejam de acordo em relação à partilha de conteúdos sobre os filhos, principalmente nos casos de casais separados de forma a garantir consenso.

Lembre-se que não será possível voltar atrás na partilha de fotografias, vídeos ou outros conteúdos na internet.

São algumas dicas para ajudar a gerir a partilha de conteúdos online sobre os mais novos. Partilhe em segurança.

Aprender a gerir e a reavaliar os conteúdos que partilhamos online sobre os nossos filhos é também sinal de respeito parental, promovendo o amor, a educação e o respeito pelo próximo.

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