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Artigo de Opinião

9/01/2023 08:00

Se o ano até começou bem, com duas vitórias fora de portas, e muito relevantes para aquilo que vinha a ser a confirmação da manutenção da equipa verde-rubra na primeira liga no final da época passada, respetivamente sobre o Portimonense e Sporting de Braga, a partir desse momento foi o total descalabro.

Para todas as competições (Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga) o Marítimo realizou no ano passado 36 jogos oficiais. Desses jogos venceu apenas 6 partidas (Portimonense, Braga, Arouca, Moreirense, Boavista e Paços de Ferreira), com a particularidade de apenas uma dessas vitórias ter sido em casa. Ainda alcançou 10 empates pelo que, consequentemente, somou por derrotas os restantes 20 jogos. Isto significa que o Marítimo apenas somou pontos em 44% dos jogos disputados, registando uma taxa de vitórias de 17%.

Para termos uma maior noção do que foi este ano, os adeptos do Marítimo apenas por 30 vezes festejaram um golo do Marítimo, sendo o jogo com o Boavista, em abril, o jogo mais profícuo, onde os verde-rubros marcaram por quatro vezes. Por outro lado, os adversários atingiram o fundo das nossas redes por 58 vezes, com a particularidade de a equipa ter "apenas" sofrido 18 golos até ao final da época 21/22, em maio, e 40 golos desde então.

Estes números, apesar da muita prosa e vontade, são o espelho de um clube em aflição. E se pegarmos apenas nos números do Marítimo na liga, em 2022, e para a época 21/22, o Marítimo fez 18 jogos, ganhou 5, empatou 6 e perdeu 7, somando 21 pontos. Na presente temporada, o Marítimo conseguiu fazer ainda pior: dos 14 jogos disputados, venceu 1, empatou 4 e perdeu 9, alcançando os 7 pontos. Ou seja, dos 96 pontos possíveis em 2022 o Marítimo fez apenas 28.

Perante isto, 2023 é uma incógnita. Desde logo porque os pontos em disputa são cada vez mais escassos e a distância para a salvação cada vez maior. E a margem de erro diminui a cada oportunidade perdida. No que resta da presente temporada, o Marítimo, à hora que escrevo este artigo, ainda tem 20 jogos por disputar, ou seja, 60 pontos em mira. Se tivermos em consideração a meta dos 34 pontos como bastante para garantir a manutenção direta (e tem-no sido nos últimos 10 anos), ao Marítimo exige-se realizar 27 pontos em pouco mais de uma volta de campeonato. Ou seja, quase metade dos pontos disponíveis.

No último jogo do ano o Marítimo empatou no terreno do Rio Ave, na 14.ª ronda da prova, e interrompeu uma série de quatro derrotas seguidas, três delas para Taça da Liga, naquele que foi o primeiro jogo com José Gomes no banco. O Marítimo já vai no terceiro treinador da época e as esperanças de salvação de descida de divisão estão depositadas em José Gomes, e que este consiga repetir o feito que alcançou em 19/20. E até há alguns paralelismos, para dar alguma confiança: nessa altura entrou a substituir Nuno Manta Santos à jornada 12 (agora entrou na 14ª). O primeiro jogo foi uma derrota frente ao Benfica, por 4-0. A partir daí somou 7 vitórias e 7 empates, num total de 28 pontos. É verdade que o cenário é um pouco mais apertado, mas há que acreditar.

Diz o povo que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. A missão dos responsáveis do Marítimo, da sua equipa técnica e do plantel, é ilidir este ditado popular. Mas dê por onde der, no final da temporada há que assacar responsabilidades. O Marítimo encontra-se hoje nesta posição pela inépcia dos seus dirigentes, por decisões que foram tarde ou mal tomadas por quem tinha responsabilidade de montar uma equipa capaz para a presente temporada. Os sinais, de que era necessário uma atenção superior na feitura do plantel e na seleção da equipa técnica, vinham já todos da temporada que findava. Houve tempo, mais que necessário, para acudir a todas as necessidades da equipa, em encontrar soluções que fossem verdadeiras mais-valias, para ir de encontro às expetativas da massa associativa e às promessas eleitorais. O que se viu, afinal, foram decisões incompreensíveis, atos de má gestão interna, com claro prejuízo ao clube. Tudo isto tem responsáveis.

Desejo apenas que o clube não tenha de descer, ao fim de quase 40 anos ininterruptos da primeira montra, para que todos tenhamos de perceber que a qualidade que se exige aos artistas da bola, também se tem de exigir aqueles que assumem os destinos do clube.

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