Com uma Coligação cujo Governo Regional beneficia de maioria parlamentar absoluta, e empossados os Órgãos das Autarquias Locais, é momento de todos e de cada um reflectirmos sobre o futuro próximo da Região Autónoma.
Na minha opinião pessoal, parece-me ter entendido existir um consenso generalizado (total é impossível) sobre as prioridades nos próximos quatro anos:
1. No campo dos Direitos Políticos do Povo Madeirense:
1. MAIS AUTONOMIA (revisão constitucional);
2. Recuperar e melhorar a Qualidade de Vida;
3. Resolver o Direito à mobilidade externa;
4. Maiores competências regionais sobre o Domínio Público do Arquipélago, em especial sobre os aeroportos nossa propriedade.
5. Sistema Fiscal próprio, permitindo inclusivamente a recuperação, em pleno, do Centro Internacional de Negócios.
2. No campo estrutural:
1. Concluir a obra do Hospital Universitário, equipando-O o mais avançado possível;
2. Concretizar as novas acessibilidades internas, já faladas e prometidas.
3. No campo social:
1. Habitação;
2. Mais justa distribuição da riqueza que vem sendo gerada, nomeadamente através de melhores salários, acautelando a inflação;
3. Retorno ao Estado Social e revogação do assistencialismo parasitário;
4. Incentivos ao Emprego, Trabalho e Produtividade.
O tempo passa depressa. Quatro anos, o futuro próximo, esgotam-se num instante.
Vai ser necessário muito dinheiro. O que não é compatível com os festivos “comes e bebes” em que temos vivido, nomeadamente nalgumas Autarquias Locais, nem com a ausência de monitorização da subsidiação e borlas caça-votos - existe legislação para o efeito, desde os meus Governos - nem com as “fantasias” em que cada geração madeirense acabou ou acaba sempre por cair, é o nosso endógeno.
Há “pompas” que insultam quem vive com dificuldades, há facilitismos que afogam ainda mais a Classe Média, há egoísmos e “interesses” que ofendem a prioridade à valorização permanente da Pessoa Humana.
Portanto, é necessária Autoridade Democrática, rigor financeiro, Informação rigorosa permanente, clarividência dos Poderes e das Oposições. Primeiro está a Dignidade da Pessoa Humana, logo de cada Cidadão da Região Autónoma. A seguir está Esta.
O resto é conversa. Sobretudo imbecilidade medíocre a tentar “deitar areia na camioneta” para inadmissível benefício ou vaidade própria.
É viável apostar e realizar as oportunidades que são desejo colectivo. Mesmo que não saiam perfeitas, mesmo que demorem mais um pouco.
Mas o momento madeirense, em consciência, obriga a arrancar.
E a lutar.
O centralismo colonial, com os seus serviços de informações, pode ser uma abécula lá na governação deles. Mas está suficientemente bem informado, quer sobre as virtudes do Povo Madeirense, quer sobre os nossos três pecados capitais da inveja, da bilhardice, e da subserviência ao que vem de fora, ao ponto de, com as máquinas políticas e de comunicação social que controla, nos procurar sempre neutralizar com alguma habilidade.
E ainda não nos sabemos defender lá muito bem...
Dir-me-ão que haverá titulares de alguma posição política regional ou autárquica que, por motivos pessoais, legítimos ou não, discordarão deste projecto e preferirão a canga colonial e a “igualdade” na pobreza.
Dir-me-ão que mesmo nos que dizem concordar com o projecto cuja oportunidade se nos oferece a título imediato, haverá cínicos, preguiçosos e narcisistas, todos também obstáculos.
Mas, mesmo com a abertura, tolerância e fragilidade que obrigatoriamente caracterizam os regimes democráticos, as pessoas-obstáculos atrás mencionadas, de forma alguma podem ser deixadas constituir estorvo a projectos colectivos mais do que legítimos, como é o futuro possível para a Madeira.
A governação madeirense está legitimada pelo regime democrático em vigor no Arquipélago.
Está obrigada a actuar em conformidade com os principais sentimentos e objectivos colectivos do Povo Madeirense.
Portanto, não deve em momento algum comprometer o futuro e a Justiça Social, para suprir lacunas estruturais que era obrigação de outros suprir, mas não o fazem.
Nem deve ajudar quem pode, mas não quer trabalhar.
Claro que uma actuação firme, acarreta sempre inimigos. Alguns destes poderosos por razões económicas, ou políticas, ou de pertença a “sociedades secretas” pretendentes a dominar o mundo sem transparência democrática.
Mas há “inimigos” que são uma Honra para o Povo Madeirense.