MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

26/08/2024 01:00

“Anormais, incompetentes e canalhas não têm lugar nesta terra”, Pedro Ramos, na apresentação do Plano Operacional de Combate a Incêndios Rurais 2024.

Estes últimos dias foram dramáticos, com as serras da Madeira a arder durante mais de 10 dias. Locais emblemáticos como o Pico do Areeiro e Pico Ruivo ficaram reduzidos a cinzas, comprometendo a nossa fauna e flora por muitos anos, provocando também danos na nossa galinha de ouro, que é o turismo que tanta família alimenta.

Somos claramente governados por incompetentes (recuso-me a classificá-los de forma tão baixa quanto Pedro Ramos) e está mais do que na hora de se irem embora, não desta terra, pois até os incompetentes têm direito a viver aqui, mas do Governo. Miguel Albuquerque pavoneia-se no areal da ilha dourada e vai a festas agarrado à sua harpa, tal como Nero da Roma antiga, enquanto a Madeira arde. O já referido Secretário Pedro Ramos, também vem à Madeira em part-time, apenas para tirar umas fotografias e dar umas conferências de imprensa. A este lote juntam-se os vários responsáveis pelo ambiente, nomeadamente Rafaela Fernandes, Susana Prada e Manuel António Correia, que nunca quiseram saber do planeamento das nossas zonas montanhosas. Num ano abrem faixas corta-fogo para controlo de incêndios, no ano seguinte estão completamente cheios de giestas e carquejas, prontinhas para receber fogo, mandam equipamentos destruir infestantes incendiárias em plena época de floração, contribuindo assim para espalhar ainda mais as sementes dessas plantas pela nossa serra, recusam o gado nas serras de forma controlada, que reduziriam de forma eficaz a carga combustível, e assim vamos sendo governados.

Voltemos ao incêndio destes últimos dias. Há culpados nesta devastação, e não falo de algum eventual culpado que tenha ateado o fogo, mas daqueles que, pela sua incompetência, permitiram que se atingisse a dimensão que se veio a verificar.

Primeiro, o Presidente do Governo Regional diz que está a correr tudo bem. Lisboa oferece ajuda e a região recusa-a porque era o que faltava precisarmos de Lisboa. Orgulho idiota! Depois, já tardiamente resolvem aceitar essa ajuda. Entretanto, ficámos a saber que o Governo Regional recusou integrar o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais porque, imaginem lá, “a autonomia não pode ser posta em causa”! Mas, para exigir à República o pagamento de meios aéreos de combate a incêndios, a autonomia já não é para aqui chamada! Mais uma vez, orgulho provinciano. Por fim, a UE ativa o Mecanismo de Proteção Civil, gerando desmentidos contra a comunicação social, apenas porque não foi o Governo Regional a dar essa notícia. A pressão sobre os órgãos de comunicação social foi de tal ordem que obrigou o Sindicato dos Jornalistas a emitir uma nota a repudiar a atitude do Governo Regional, que também impediu por várias vezes que os jornalistas fizessem o seu trabalho que era ir atrás das notícias para informar a população de forma livre e independente. Esta tentativa de controlo da Comunicação Social, só vem aumentar a suspeita que recai sobre Miguel Albuquerque desde 24 de janeiro de Atentado ao Estado de Direito.

A Madeira ardeu e com ela o nosso património natural ficou muito mais pobre, levarão alguns anos até que se recupere o esplendor da nossa natureza. Não podemos é esperar tantos anos para que a região se livre dos incompetentes. É tempo de demissões, os nossos governantes muito têm que explicar à população e, se não saírem pelos seus próprios pés, será o tempo de os partidos fazerem o que lhes compete e, pela via da ALRAM, indicar ao governo a porta de saída, dando a palavra novamente aos eleitores.

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