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Artigo de Opinião

Subdiretor JM

8/06/2024 08:05

Num projeto coletivo, o individualismo só pode sobressair em prol do grupo. Mas são muitos os eucaliptos desta vida que secam – ou tentam – tudo o que os rodeia, na ânsia de procurarem apenas o que mais lhes convém. Alguns não fazem por mal, pecam pela força do hábito, é verdade. Talvez por falta de (bom) aconselhamento ao longo da vida. E também não são menos responsáveis os que consentem, uma e outra vez, esta forma de estar/atuar.

Os exemplos multiplicam-se. Como se viu no primeiro dia da XIV Legislatura, em que um dos 19 deputados do PSD-M decidiu, teimosamente, votar em sentido contrário ao que havia sido determinado pelo próprio partido para a presidência da Assembleia Legislativa da Madeira.

Não está em causa a discordância em torno da negociação do cargo. Que, a existir, teria de ser apresentada internamente. Merece relevo, em particular, a forma como um militante do partido que tem agora de dialogar com todos os outros não ouviu o seu próprio grupo parlamentar, posicionando-se ao lado da oposição, violando, deste modo, o acordo parlamentar entre PSD e CDS.

Num novo ciclo político, que obriga forçosamente a entendimentos, importa perceber que efeitos tem esta divergência interna no PSD. E que mensagem passa a todos os outros grupos parlamentares, que julgariam poder negociar com bases sólidas com o partido que sustenta o Governo Regional.

Acreditam que poderá ter sido, todavia, a exceção desta nova legislatura, dure o tempo que durar. Até porque, para além desta dissonância (in)esperada, este arranque no hemiciclo também serviu de antecâmara do que será o futuro próximo de um Parlamento com poderes reforçados face à ausência de maioria. E todos os deputados, exceção feita para João Cunha e Silva, o único que tomou posse e decidiu deixar a cadeira parlamentar logo depois das votações, já demonstraram para o que vêm.

Está claro que a maior linha vermelha do Chega deixou de ser Albuquerque e passou a ser a esquerda, reforçada agora por uma união subliminar entre PS e JPP. E serão mesmo os quatro deputados do grupo liderado por Miguel Castro a ter uma palavra a dizer na forma como este Governo vai atuar e se, aliás, vai durar, nomeadamente quando votarem a moção de confiança aprazada para o dia 18 de junho, como o JM anuncia nesta edição de hoje.

É por demais evidente, de resto, o mundo que separa uns e outros. O que parece branco à direita, é claramente negro para quem se encontra a observar da esquerda. E quem está ao centro, não tem peso para fazer pender a balança governativa.

Deviam, no entanto, existir prerrogativas comuns a todos os eleitos pelo povo. Certezas inequívocas em torno da necessidade de orçamento regional para dinamizar o fragilizado tecido económico. Uma debilidade que aflige também o setor privado, cuja desconfiança também afasta investimentos necessários.

A Madeira precisa de atualizar salários, de reforçar complementos solidários, de atenuar a carga fiscal, de estimular os pequenos e médios empreendedores, de apoiar as empresas. Precisa de um orçamento que desamarre tudo isto. E precisa, depois, que o Parlamento exerça o poder fiscalizador que os resultados eleitorais ditaram. Tudo em prol do coletivo.

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