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Artigo de Opinião

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21/11/2024 08:00

A Ergonomia deriva do grego ergon (trabalho) e nomos (leis) e surgiu em 1857 pelo investigador polaco Wojciech Jastrzębowski, que a definiu como a ciência do trabalho.

A International Ergonomics Association (IEA) é a federação internacional que representa as sociedades de Ergonomia em todo o mundo, das quais faz parte a Associação Portuguesa de Ergonomia (APERGO). Segundo a IEA, a Ergonomia é a disciplina científica que se ocupa da compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, aplicando teoria, princípios, dados e métodos de forma a otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. São 4 as características fundamentais da ergonomia: 1) adota uma abordagem sistémica (inclui o ambiente cultural e físico, a organização e os requisitos específicos da tarefa); 2) é orientada para a conceção (resulta em abordagens novas ou reformuladas, recomendações, conceção do local de trabalho e das ferramentas); 3) é um processo iterativo e centrado no ser humano (os utilizadores são um recurso para desenvolver conhecimentos e testar soluções); 4) centra-se no desempenho e no bem-estar (otimizando a eficiência, a eficácia, a saúde, a segurança e o prazer no trabalho).

A norma ISO 6385 estabelece os princípios fundamentais da ergonomia como diretrizes básicas para a conceção dos sistemas de trabalho. Aplicada à Segurança e Saúde no Trabalho, a Ergonomia ajuda à gestão dos riscos laborais, melhorando a segurança, o bem-estar e o conforto dos colaboradores e reforçando a segurança dos sistemas de trabalho. Neste contexto, possui diversos domínios de atuação, dos quais destacam-se os seguintes:

1) Ergonomia Física – ocupa-se das caraterísticas anatómicas, antropométricas, fisiológicas e biomecânicas do ser humano, relacionadas com a atividade física. Abrange temas como posturas de trabalho, operações de movimentação manual, movimentos repetitivos, perturbações músculo-esqueléticas, disposição do local de trabalho, segurança e saúde;

2) Ergonomia Ambiental – trata da iluminação, temperatura, ruído, vibração e outros fatores do próprio ambiente que afetam a segurança, saúde e desempenho dos colaboradores;

3) Ergonomia Cognitiva – ocupa-se dos processos mentais tais como a perceção, memória, raciocínio e resposta motora, no contexto laboral. Pode ser aplicada ao processamento de informação em situações de perigo, à análise das exigências mentais do trabalho, à saúde cognitiva dos colaboradores (ex. problemas de concentração) e à conceção inclusiva do trabalho;

4) Desenho Ergonómica do Trabalho – utilização da Ergonomia para conceber postos e sistemas de trabalho de modo otimizar o desempenho. O objetivo é facilitar a realização de um trabalho de qualidade sem risco desnecessário de lesões ou doenças;

5) Ergonomia no Trabalho de Escritório – é aplicada no contexto dos assentos, das perturbações músculo-esqueléticas e da necessidade de incentivar o movimento, evitando posturas estáticas prolongadas. Ocupa-se também da utilização de software informático e de equipamentos dotados de visor (ex. computador), da fadiga visual, das exigências psicológicas e do stress ocupacional.

Em suma, a Ergonomia contribui para a promoção da segurança, saúde e desempenho das pessoas, bem como para a eficácia dos sistemas e, por conseguinte, da Sociedade. Parafraseando Stephen Covey: “Se colocarmos boas pessoas em maus sistemas, obtemos maus resultados. É preciso regar as flores que queremos que cresçam.”

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