MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

4/04/2023 08:00

Ao contrário dos eurodeputados da direita portuguesa, que, com os jargões de sempre, votam contra qualquer agenda ambiental e não contribuem para o debate de ideias, os eurodeputados do PS continuam a lutar pelo futuro do planeta, conscientes de que o futuro das próximas gerações está em risco devido ao agravamento das alterações climáticas. Nunca nos ouviram dizer que seria fácil, mas não baixamos os braços e continuamos empenhados no progresso e na mudança.

Pela mão do Governo Português na liderança do Conselho da UE, em 2021 aprovamos a Lei do Clima, com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica como um todo na UE. E é a União Europeia que mais uma vez lidera este processo urgente que se quer rápido e eficaz. Daí a apresentação do Pacto Ecológico Europeu, composto por um conjunto de propostas robustas e eficazes que darão um impulso à União Europeia, à sua indústria e economia, para se adaptarem e reduzirem as suas emissões; alguns setores vão alterar-se, outros adaptar-se - veja-se o exemplo dos carros a combustão interna. Ninguém legislou a tecnologia, apenas dissemos "basta" aos 10% de cancros que são provocados pela poluição do ar, grande parte com origem nas nossas estradas, um setor que representa 25% do total de emissões de carbono. A partir de 2035 todos os novos carros deverão ter zero emissões, dando tempo à indústria de se adaptar e, acima de tudo, reduzir o preço destes carros menos poluentes para os consumidores finais. Será preciso uma mudança de mentalidade no seu todo. E acima de tudo, para um representante político, exige-se rigor. Ser eurodeputado implica tomar decisões difíceis e a longo prazo - não a pensar apenas no dia das eleições; implica perceber que existem especificidades que devem ser salvaguardadas como o artigo 349º do Tratado de Funcionamento da União Europeia, que visa salvaguardar as especificidades das regiões ultraperiféricas, tal como aconteceu nas diversas propostas do comércio de licença de emissão que salvaguardou as especificidades da Madeira e dos Açores na transição, entre outros exemplos. A verdade é que temos de baixar e muito as nossas emissões para a atmosfera. E podemos escolher estar do lado do contra: contra a ciência, contra a saúde, contra a possibilidade de esperança para as atuais e futuras gerações, do lado da direita que insiste que devemos ter calma e que estamos a matar a indústria. Ou estar do lado da ação. O tempo da calma e da cautela já vai bem longe; simbolicamente faltam 90 segundos para o relógio do juízo final. Agora, mais do que nunca, é importante estar presente, representar aqueles que nos elegeram e negociar. Negociar para alcançar um pacto ecológico Europeu que seja justo, que não deixe ninguém para trás e que proteja a nossa única casa. Caso contrário serão gerações inteiras que serão herdeiras do fracasso duma eventual falta de ação e ambição.

Analogamente com a grande obra do nosso Nobel da literatura José de Saramago - Ensaio sobre a Cegueira, também o combate às alterações climáticas partilha diversos paralelismos apesar da óbvia diferença de conteúdo. Ambos requerem educação, vontade de mudar e adaptar-se a novas circunstâncias, empatia e compreensão e acima de tudo, ação imediata - para enfrentar os duros desafios que se avizinham.

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