Estabilizados os ânimos, falemos então sobre as “autárquicas” na Madeira.

Vitória inequívoca do PSD/Madeira, Partido da Autonomia, dada a esmagadora quantidade de presidências de Câmara e de Freguesias conquistadas.

Mas “vitória de Pirro”.

Um Partido que foi HEGEMÓNICO até 2013 e em 2015 ainda conquistou uma maioria absoluta regional, não pode ficar de fora da liderança do Poder Local em toda a costa norte da Madeira e em todo o território sul a leste do Funchal.

Ainda que com uma vitória em Porto Santo muito significativa, pois a própria Oposição que entrou para a Câmara são sociais-democratas, embora dissidentes. Isto é, derrotado por completo, o que ali foi o PS.

O PSD/Madeira, neste mês, sendo inequivocamente mais um sucesso, este não tem a dimensão desejada. Há que rever muita coisa e várias pessoas, no seio do Partido, para que as coisas continuem a melhorar depois do tempo dos desatinos “renovadinhos”.

Incompetentes responsáveis por tudo o que semearam em 2013, continuam a pontificar, pavões de “PAPO CHEIO”. Pouco inteligentemente não perceberam que entregar o Poder Local à Oposição só para beliscar quem liderava o Partido, traduzir-se-ia perder durante muitos anos!

Veja-se: nos três Concelhos do Norte, de administração ZERO nestes 12 últimos anos, o “velho” e forte PSD foi totalmente afastado. E agora, em São Vicente, viu-se o carácter dos que já há doze anos haviam traído. Inadmissível a vitória de um partido de extrema-direita, logo anti-Autonomia Política, onde fôra um bastião de Resistência Democrática, de luta emancipadora e da derrota da “Madeira Velha”!

Liderado por um ex-socialista, depois ex-liberal e agora “chega”!

Nos dois Concelhos a leste do Funchal, o “velho” e forte PSD também foi totalmente afastado.

Em Santa Cruz, o “juntos para a pobreza” organizou-se, até ser Partido, com contributos financeiros do PS e do CDS (mas que dois...), e depois fê-los “maridos enganados”!

Cabe aqui uma palavra de respeito e de apreço pelo esforço que desta vez fizeram os Candidatos Sociais-Democratas em Santa Cruz e Machico, entregues à sua sorte de condições dificílimas. A indiscutível recuperação de terreno que conseguiram, promete bons futuros, se a incompetência funchalense não atrapalhar.

O PSD/Santa Cruz chegou a estar entregue pelos “renovadinhos” ao analfabetismo político-cultural de quem hoje aí lidera o “chega”, mas que, então, se lhe abriam todas as portas!

O Dr. Miguel Albuquerque e a generalidade das pessoas sabem que não sou de “dar graxa”. Antes pelo contrário... Mas, principalmente com a feitura do último Governo Regional, reconheço um esforço enorme para unir o Partido. Até qualquer excepção confirma a regra...

Tal como fez no Funchal, com sucesso ABSOLUTO, tem de chamar a Si todas as decisões importantes.

Até porque, decorrido todo este tempo, já percebeu certamente quem são os “cavaleiros do apocalipse”, jogadores do “vale-tudo”.

Continuando... e a Ribeira Brava teria ido pelo mesmo caminho, não fôra a Resistência e a Força de sempre, dos Autonomistas Sociais-Democratas do Concelho que, até ainda desta vez, foi preciso mandarem passear as pretensões que eram “preparadas” no Funchal.

Como foi preciso, também, um jovem Presidente da “velha guarda” para reconquistar a Ponta do Sol. Vitória valiosa, na medida em que a Senhora Presidente fez um Trabalho positivo, ainda que eleita oito anos antes graças à incompetência dos “importantes na sombra” que, no Funchal, se intrometem para os “seus” jogos florais. Trapalhões que se atura há uma dúzia de anos.

Prosseguindo... qualquer pessoa de bom-senso olha para os resultados dos tais cinco Concelhos, desde 2013, e, de Estruturante, Sustentável e Progressivo... vê NADA!

Vê como as pessoas se deixam seduzir pelo paternalismo rasca, pelo dinheiro que não custou a ganhar e pelas festividades “comes e bebes”!

Depois, para descargo de consciência, também embarcam no “a culpa é sempre dos outros”!

Por experiência própria, nisto dá-se-lhe uma volta como se deu em Machico e Porto Santo (antes de 2015):

• com Políticos que mereçam confiança às populações;

• com tempo dado propositadamente até às populações sentirem necessidades importantes e perceberem quem lhes está em falta;

• com, depois, quem de responsabilidade social-democrata, fizer e esclarecer o que competia a outros ter realizado.

O desastre PS, na Região, principal responsável pelo absurdo JPP, não é só o desencanto universal com o falhanço dos projectos marxistas dos socialistas e dos comunistas onde o próprio JPP se agrupa, mas também resultado da sua subserviência a Lisboa e de um insanável conflito de interesses no seu interior entre: uma “esquerda caviar”, maçónica, de “interesses”; e bases radicais, até mais próximas do comunismo, onde só não estão por vergonha.

A vitória do CDS em Santana é uma ficção consoladora dos seus Dirigentes. A criatura foi sempre militantemente anti-PSD e sempre contra a coligação. Ganhou ao colo de acordos que envolveram o JPP (que não concorreu ali) e o PS (que se enganou na hora da entrega das listas).

Quero ver qual a reação do Povo de Santana, quando, um dia, perceber as inafastáveis consequências futuras deste lôgro de subsídio-dependência inútil em que está a ser envolvido.

E termino com o que me é mais grato. Um grande abraço aos Companheiros de SEMPRE na FIEL Câmara de Lobos, na FIEL Ribeira Brava e na FIEL Calheta!

Abraço em que envolvo TODOS os que, em cada canto do Arquipélago, continuaremos a lutar, envolvidos em azul e amarelo!