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Artigo de Opinião

9/08/2021 06:00

Passaram-se meses em que o cúmulo do luxo do convívio social era sentar-se numa esplanada arejada (e ainda alguém se lembrar do pedido habitual - há coisas impagáveis!).

Comentava, enquanto eu esfregava as mãos com álcool gel (num misto de higienização e contentamento), de quanto era difícil manter a sustentabilidade com tão pouca gente na rua e do que precisava ser feito (continuava a discussão que motivara a deslocação ao centro do Funchal).

Por trás da máscara, um sorriso, dizendo que tínhamos de vir mais. Que os únicos apoios eram os que a região tinha dado (sem apoio do retângulo). Que era inadmissível que se fizesse transitar, num orçamento anual municipal, em plena pandemia, 10 milhões para o ano seguinte (de eleições), e ao mesmo tempo, se viesse fazer aprovar um financiamento bancário adicional para medidas urgentes e não concretizadas (propostas em tempo - de entre as mais de 50 que tendo apresentadas - que não chegaram a ver a luz do dia, em tempo útil).

Que se "desse música aos munícipes pela internet a partir da torre da Câmara e foguetes no ar" - um por cada freguesia, parece gozo!.

Que determinasse a aplicação de milhões em betão, num "Matadouro Cultural" com cara de "Ala Costa do Palácio da Ajuda" sem que houvesse projeto de funcionamento e propósito definido (ainda em concurso!?).

Que se determinasse planos de mobilidade sustentável, resumidos, na prática a abrir, fechar e estreitar, vias e a inverter sentidos, sem que sequer se equacionasse a situação dos preços de estacionamento e medidas conexas que possibilitem a revitalização comercial do centro urbano. E que não equacionasse a necessidade de "repovoamento" desse mesmo centro urbano que "adormece com as galinhas".

Que há 2 pesos e medidas para eventos, à medida do regime de défice democrático, que determina que se realizem eventos de campanha politica reiterados com centenas no Largo do Colégio, mas que se cerceie o normal funcionamento da democracia em cerimonias oficiais e reuniões de câmara (nas mesmas em que se sonegam documentos e informações).

Que se invista em sistemas virtuais de gestão de água, mas se não solucione as fugas visíveis que "atentam" os consumidores que pagando atempadamente as contas, não sabem se ao chegar a casa podem tomar banho. E não pagam à empresa que fornece a água! Nem com ordem do tribunal!

Que se determine que não se isente o pagamento de rendas de espaços comerciais de imoveis de propriedade municipal, fazendo publicidade enganosa, referindo-se à moratória (É areia nos olhos de quem? Acabada a moratória, é pagar tudo!)

Atento ao devir da cidade, rematou dizendo que a cidade tinha ido "Da luz, à escuridão!" numa analogia bivalente à Idade das Trevas e à proveniência do atual detentor da vara do poder autárquico. Uma observação arguta, um modo de expressão própria de quem muito conhece do mundo e da cidade. Concluiu bem: disse tudo nas 4 palavras, que ora relembro. Em setembro saberá, certamente, desligar o "Reinado das Trevas" a que o Funchal está votado (ainda que nem tenha para isso sido eleito, o homem que a mantém refém, mesmo que este faça crer que ora se recandidata a um lugar para o qual, afinal, nunca foi eleito).

Em setembro, finda a silly season, é tempo de fazer o percurso inverso!

Patrícia Brazão de Castro escreve
à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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