MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

16/10/2023 08:00

Ninguém esperava nesta altura por este inferno. Os estragos ainda estão por contabilizar, mas entre danos ao património das pessoas, e danos ao património natural da nossa ilha, o resultado será com toda a certeza muito negro.

Doi a alma ver a Madeira a arder. Assistirmos, como presos a um filme de terror, às chamas galgando lombo após lombo, monte após monte, imparáveis e indiferentes ao labor dos homens e mulheres que tudo fazem para salvar o que puder ser salvo. As nossas outrora verdejantes serras, dão agora lugar ao cinza-negro do queimado. São casas consumidas e terrenos secos onde antes havia verdura e fruta. E aquele cheiro que perdura.

Sejamos claros, estes fogos não começaram por obra do Divino Espírito Santo. É certo que um incêndio pode ter um ponto de ignição por diversas razões. É indiscutível que o aumento das temperaturas e as mudanças climáticas podem criar condições mais propensas a incêndios, tornando a vegetação mais seca e suscetível a queimar. Porém, a maioria dos casos começa mesmo por mão humana. Seja por vontade criminosa, seja por incúria ou negligência, a verdade é que há sempre uma causa humana na origem destes incêndios e, mais uma vez, foi o caso.

E, doente ou não, tem de ser responsabilizado. Devidamente e exemplarmente responsabilizado. Mas não só ele. Também todos aqueles que não limparam os seus terrenos, para depois andarem a correr atrás do prejuízo. Todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuem para uma floresta menos segura, não cuidando ou não recolhendo o lixo atrás de si.

Esta é também a altura de repensar a nossa floresta. A Laurissilva madeirense caracteriza-se por árvores perenes, arbustos, musgos e líquenes, que prosperam em condições de alta humidade, ocupando 20% da área total da ilha. As suas árvores mais comuns são o loureiro, o til e o vinhático. Em comum têm a sua capacidade de resistir mais eficazmente ao fogo, ao contrário das espécies que "invadiram" a Madeira e hoje por cá proliferam, como o pinheiro, o eucalipto, a giesta e a carqueja, que são altamente inflamáveis e ajudam na propagação das chamas. Agora será a oportunidade de combater as invasoras e as substituir pela flora tradicional da ilha. Por um imperativo de segurança.

2. MARÍTIMO

Outra casa a arder. Se dentro de campo as coisas até correm com normalidade, pese embora algumas exibições assim-assim, com a equipa no comboio da frente, fora de campo é uma trapalhada difícil de explicar. Desde logo por aquilo que cada vez é mais evidente: Rui Fontes cada vez mais isolado, perante colegas de direção que rumam em sentido díspar. Só assim se explicam as inenarráveis declarações do presidente do Marítimo sobre um membro da direção que alegadamente virou delator à comunicação social com a intenção de o prejudicar! E então, ao invés de resolver dentro de casa e despachar tal criatura, como aliás qualquer pessoa o faria, faz disto capa de jornal? Para justificar o quê?

Que a sua intenção de ir buscar o treinador Jorge Costa é afinal invenção desse tal ‘garganta funda’? Que o prejuízo da SAD é inevitável, tal como a descida de divisão já estaria no horizonte, fosse com quem fosse? Que os 50 sócios que pediram uma assembleia geral não

têm razões para a pedir, porque afinal esta direção (menos o delator) não fez nada de mal? Que os estatutos do Marítimo é que estão mal, desatualizados e confusos?

Sr. Presidente, a sua direção já tem 2 anos de mandato. Tempo mais que suficiente para deixar de olhar para o passado e para fantasmas idos. Nós adeptos não temos de estar constantemente a ser bombardeados com notícias, entrevistas, comunicados, da direção/administração sobre o assado e o cozido. Tudo é público, tudo é novela. E tudo tem um responsável, menos os que lá estão. Basta! Às vezes o silêncio é mesmo de ouro.

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