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Artigo de Opinião

Deputado

23/12/2023 08:00

O Natal é, por natureza e definição, uma época especial. A verdadeira festa da família que desperta em todos nós um espírito de celebração, promovendo o convívio e a partilha entre todos.

Uma altura única para recriarmos as nossas memórias mais felizes, com os cheiros, sabores e tradições que são os mais carismáticos símbolos da época que vivemos. São estes elementos que nos unem às pessoas mais importantes da nossa vida e que caracterizam e garantem a sobrevivência das práticas e tradições mais antigas que nos recusamos a deixar apagar pelo tempo e que tentamos, a todo o custo, transmitir às novas gerações.

Esta noite manteremos a tradição familiar que juntará um novo elemento aos milhares de madeirenses que inundarão as ruas da baixa do Funchal para conviverem e saborearem as mais genuínas iguarias do Natal madeirense: a carne de vinha d’alhos, o cacau, as tangerinas, numa festa de cores e cheiros que, entre frutas, “cabrinhas”, flores e pinheiros e o enorme coro magistralmente timonado pela Confraria dos Cantares nos transportam à nossa infância, num dos momentos altos da nossa quadra natalícia – a Noite do Mercado.

Com cada Natal surgem novos começos... e com estes novos começos brotam novos votos, renovadas promessas e tenras metas que acompanham a esperança de uma vida mais feliz.

Com as mensagens de “Feliz Natal”, ecoadas entre sorrisos, ou enviadas para todos os contactos do telemóvel, alimenta-se uma genuína vontade de mudança que sentimos crescer de dia para dia.

Na televisão, ouviremos a partir de amanhã discursos políticos festivos, muito bem polidos e ornamentados, que nos prometerão prosperidade, otimismo, confiança e renovação numa Região e num País quase encantados e imunes a qualquer “inconveniente adversidade”.

Prometem-nos “renovação e prosperidade”, mas na verdade continuamos a aguardar a resolução dos velhos problemas.

Afogados por salários completamente desadequados ao custo de vida, com taxas de risco de pobreza e miséria que a todos deve angustiar, envergonhar e mover, e com uma classe média desprotegida e ameaçada, que não consegue suportar esta nova realidade da subida dos juros e da escalada dos preços dos bens e dos serviços, continuamos a assistir a estatísticas marteladas e discursos inflamados que tentam esconder a triste realidade de milhares de conterrâneos.

Na saúde, continuamos também a aguardar as prometidas resoluções que continuam abafadas pelos números das tradicionais listas de espera, às quais somam-se as deficiências nas estruturas físicas hospitalares ao caos informático que aniquilou informação, condicionou exames e análises clínicas e impediu que os médicos conseguissem prescrever medicamentos ou simplesmente aceder às fichas clínicas dos utentes.

Aguardamos as promessas de ligações marítimas e aéreas, enquanto assistimos à contínua “fuga” de companhias aéreas e à incerteza em garantir uma nova solução para os absurdos preços das viagens aéreas.

Com o Natal em grande destaque, começamos a assistir à reativação das grandes máquinas partidárias para o arranque de um novo ano eleitoral, onde não faltarão os jogos políticos e inúmeras “resoluções governativas”, que até hoje não garantiam nada mais do que uma “velha vida”.

Mas o futuro que nos espera daqui a uns dias merece mais do que meros desejos e palavras vãs e de circunstância. Mais do que meros anseios de boa vontade e de votos “politicamente corretos”, é um momento transformador de pôr de acordo os atos com os pensamentos e as palavras, para que os nossos gestos e ações façam uma real diferença na vida das pessoas. Todos nós temos a obrigação de fazer mais e melhor, e, neste novo ano, teremos nas nossas mãos as rédeas para definir o nosso futuro.

A todos deixo os meus sinceros votos de um Feliz Natal e de um Ano Novo mais próspero e afortunado! Boas Festas!

OPINIÃO EM DESTAQUE
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