O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira avisou hoje que a população vai ter de se “habituar que aquilo que é o clima temperado da cidade hoje já não é assim”, após uma madrugada de chuvas intensas.
“As maiores ocorrências foram em infraestruturas que não são sequer do município do Porto, que são da Infraestruturas de Portugal (IP). Mas não há milagres. Ou seja, quando chove - que choveu esta noite subitamente e rapidamente - as coisas acontecem. Nós vamos ter que nos habituar que aquilo que é o clima temperado da cidade hoje já não é assim. Agora, foi o fim da macacada, como se costuma dizer”, disse à Lusa Rui Moreira.
O autarca falava à margem da apresentação de um livro da coleção “Fazer Cidade”, coeditada pelo município e pelas Edições Tinta-da-china, e deixou um alerta para o “impacto” das alterações climáticas, que considerou “um perigo na vida de todos”.
O mau tempo provocou na madrugada de hoje cerca de 70 ocorrências no Porto, sendo a “mais crítica” registada na Via de Cintura Interna (VCI), onde foi necessário efetuar o resgaste de uma idosa, e a circulação do trânsito nos túneis das rotundas do Bessa e da AEP, e no Campo Alegre chegou a estar cortada.
“Eu acordei às seis da manhã com a Proteção Civil a mandar mensagens. Em minha casa, a chuva era absolutamente assustadora, houve ali 40 minutos em que eu raramente tinha visto chover tanto, parecia uma chuva tropical (...) felizmente não morreu ninguém”, declarou.
Questionado sobre se a parte que competia ao município teria sido assegurada (para evitar tantas ocorrências), Rui Moreira disse que sim.
“Acho que as nossas equipas estiveram na rua, resolveram a maior parte dos casos, resolveram as coisas que era possível fazer. Quando nós nos comparamos com outras cidades (...) apesar de tudo o Porto - e tem a ver com a estrutura da cidade - é menos perigoso do que outras cidades”, disse.