MADEIRA Meteorologia

Estudantes pedem mais psicólogos para combater problemas de saúde mental

Data de publicação
20 Junho 2025
13:38

A Federação Académica de Lisboa quer mais psicólogos nas universidades para reduzir os casos de problemas de saúde mental, alertando para o facto de o estudo hoje divulgado revelar uma realidade mais grave do que a denunciada pelos estudantes.

Um inquérito realizado a mais de 2.300 alunos do ensino superior português revelou que 40% dos estudantes tomam psicofármacos semanalmente, mais de 60% dizem-se exaustos e 41% tristes e deprimidos.

“Ficamos preocupados com os resultados do estudo. Há muito que vínhamos alertando para este tipo de situações e temos vindo a defender a necessidade de implementar medidas preventivas. Este é o momento em que percebemos que o agora identificado afinal ainda é mais grave do que o que dizíamos”, disse à Lusa Pedro Neto Monteiro, presidente da Direção-Geral da Federação Académica de Lisboa (FAL).

Além dos 40% de estudantes que consomem psicotrópicos regulamente, um em cada 10 toma anfetaminas ou estimulantes, segundo o estudo que revela elevados níveis de ‘burnout’ entre os jovens e falta de apoio psicológico.

Perante os resultados do trabalho coordenado pela psicóloga Tânia Gaspar, da Universidade Lusófona, o presidente da FAL defende que é preciso “começar já a implementar políticas preventivas”.

“A saúde mental dos estudantes não pode continuar a ser tratada como uma nota de rodapé nas políticas públicas. O diagnóstico está feito. O que falta é coragem política para agir”, criticou Pedro Neto Monteiro.

A FAL defende a implementação de um conjunto de propostas no domínio da saúde mental e da inovação pedagógica e exige uma “resposta nacional à altura da gravidade da crise vivida no Ensino Superior”.

A medida prioritária passa pela contratação de mais psicólogos “para que o rácio de um psicólogo para 500 estudantes seja garantido”, defendeu Pedro Neto Monteiro, defendendo que com estes profissionais é possível “atacar na ação preventiva e na reativa”.

A FAL quer também que seja estabelecida “uma rede de serviços de saúde mental nos vários serviços de ensino superior com politicas comuns às várias realidades académicas da região”, disse o presidente da FAL, reconhecendo que essa rede já existe, mas que no seu entender “precisa de uma reestruturação”.

Sobre os cheques-psicólogos, que também já estão em vigor, Pedro Neto Monteiro considera que também “precisam de um alargamento, porque ainda há alunos que precisam deste apoio e ficam de fora”.

O estudo “Ecossistemas de Aprendizagem Saudáveis nas Instituições de Ensino Superior em Portugal” conclui que as dimensões prioritárias de intervenção nas universidades são as relacionadas com o bem-estar e a saúde mental.

O trabalho envolveu 2.339 estudantes entre os 17 e os 35 anos e foi elaborado pelo Observatório dos Ambientes de Aprendizagem Saudáveis e Participação Juvenil. Analisou diversas dimensões associadas à cultura da organização e aos ambientes onde se movem os estudantes no contexto académico.

Em declarações à Lusa, a coordenadora do estudo, Tânia Gaspar, disse que esta investigação mostrou que 40% dos estudantes académicos toma psicotrópicos - valor alinhado com os dados europeus - e sublinhou: “Isto é uma falha do Serviço Nacional de Saúde, porque se nós trabalhássemos mais na prevenção e tivéssemos respostas mais rápidas, eles não precisavam de tomar medicação”.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas