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Costa cita Cavaco Silva: “Deixem o Conselho Europeu trabalhar”

Data de publicação
18 Junho 2024
20:09

O ex-primeiro-ministro António Costa citou hoje Cavaco Silva, dizendo “deixem o Conselho Europeu trabalhar”, ao referir-se à ausência de acordo entre líderes europeus, na segunda-feira, sobre a escolha de quem ocupará cargos de topo na União Europeia.

António Costa, apontado como candidato à presidência do Conselho Europeu, falava numa conferência promovida em Lisboa pela Abreu Advogados e pela Embaixada da Bélgica, intitulada “Europa e o futuro: a nova legislatura”. Uma conferência que contou com a presença de Herman Van Rompuy, antigo presidente do Conselho Europeu (2009/2014) e primeiro-ministro belga (2008/2009).

Interrogado sobre o facto de o jantar informal de líderes da União Europeia ter terminado na segunda-feira, em Bruxelas, sem acordo, o ex-chefe do Governo português recusou-se a falar da sua candidatura ou fazer considerações sobre o atual estado do processo para a escolha das presidências do Conselho, Comissão e Parlamento Europeu

Vendo que o antigo líder do PSD e atual conselheiro de Estado Marques Mendes estava na plateia a ouvi-lo, António Costa decidiu então citar o antigo Presidente da República e primeiro-ministro social-democrata, Aníbal Cavaco Silva.

“Vou recorrer a uma citação de um antecessor meu que não cito muito, mas que, hoje, em homenagem ao doutor Marques Mendes, vou citar: Deixem-nos trabalhar. Portanto, deixem o Conselho Europeu trabalhar e depois veremos os resultados”, declarou.

No decurso desta conferência, na primeira vez em que foi questionado sobre a sua candidatura a presidente do Conselho Europeu e sobre o impasse verificado no jantar informal de segunda-feira, em Bruxelas, o ex-primeiro-ministro disse que não iria comentar, invocando, a este propósito, a sua experiência em termos de presenças neste órgão europeu.

“Tive anos suficientes no Conselho Europeu para saber quão difíceis são os trabalhos no Conselho. Aquilo que desejo a todos os membros é bom trabalho, boas decisões, para o futuro da Europa”, disse.

Falando em termos genéricos sobre o funcionamento do Conselho Europeu, que junta líderes de 27 Estados-membros, o ex-líder do executivo nacional classificou como “milagres permanentes as decisões” saídas deste órgão.

“São prova de uma vontade dos 27 Estados-membros estarem juntos, apesar de tudo. São 27 Estados-membros que têm dimensões diferentes, interesses próprios muitas vezes contraditórios e histórias muito diferenciadas e, apesar de tudo, chegam a acordo”, observou.

Já no final da conferência, o antigo presidente do Conselho Europeu Van Rompuy foi questionado se considera que António Costa é um bom candidato a esse lugar, mas o belga refugiou-se na diplomacia. Dirigiu-se ao ex-primeiro-ministro português e afirmou: “Desejo-lhe boa sorte”.

O jantar informal de segunda-feira foi o início oficial de um debate sobre os cargos de topo da União Europeia (UE) que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia ordinária da próxima semana, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen e o de Roberta Metsola para segundos mandatos na Comissão e no Parlamento, respetivamente, e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.

Este jantar informal dos líderes da UE sobre os cargos de topo no próximo ciclo institucional, entre 2024 e 2029, decorreu uma semana depois das eleições europeias, que deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.

A fonte europeia adiantou à Lusa que, esta noite, “os três partidos [PPE, S&D e liberais] apresentaram os três primeiros candidatos”, incluindo, assim, o nome de António Costa para o Conselho Europeu.

No período de debate, António Costa foi interrogado sobre o atual papel da primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni. Assinalou, então, que, enquanto ambos coincidiram no Conselho Europeu, testemunhou que a líder do executivo italiano “queria sempre fazer parte da maioria”.

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