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Venezuela: Líder opositora diz ter o apoio dos EUA para afastar Maduro do poder

Data de publicação
03 Fevereiro 2025
20:30

A líder da oposição na Venezuela, Maria Corina Machado, disse hoje que Washington sabe que o regime da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, representa uma ameaça para a segurança mundial, afirmando contar com o apoio norte-americano.

“Esta administração [de Donald Trump] tem 13 dias e tem feito enormes referências à situação venezuelana, (...) incluindo o próprio Presidente Trump tem sido muito claro ao dizer que não há negociação. Maduro poderá dizer o que quiser para os seus grupos internos que se estão a matar entre si [uns aos outros]”, disse.

Maria Corina falava durante um encontro virtual com jornalistas transmitido através da plataforma Zoom e das suas redes sociais.

“A Venezuela é uma ameaça à segurança hemisférica e à segurança nacional dos Estados Unidos. E asseguro-vos que isso está absolutamente claro nesta administração [de Donald Trump]”, disse.

No entanto, admitiu que para quebrar é preciso “uma articulação eficaz com todos os aliados a nível internacional, incluindo o governo dos EUA, e, nós temos [essa articulação]”.

“Não duvidem disso”, reforçou.

Maria Corina disse ainda ter conversado com o enviado especial de Donald Trump, Richard Grenell, durante a recente visita a Caracas, onde este se reuniu com Nicolás Maduro e que concluiu com a libertação de seis norte-americanos e a aceitação, pelo regime, dos venezuelanos que vão ser deportados.

“A visita, que tinha um objetivo muito claro, que era o regresso de alguns reféns [norte-americanos detidos] que foram raptados após o 28 de julho [eleições presidenciais venezuelanas]. E para assegurar o que foi dito a todos os outros países que recebam pessoas que cometeram crimes e vão ser deportadas”, disse.

A líder opositora salientou: “Tive conhecimento dessa visita antes de ela ter lugar. Fui informada e falei também com o enviado especial do Presidente dos Estados Unidos durante a sua visita [a Caracas]”.

“Temos estado em contacto permanente com todos os aliados latino-americanos na Europa e nos Estados Unidos. Desde antes da chegada do Presidente Trump ao poder, estabelecemos contactos com pessoas que hoje têm responsabilidades diretas sobre a questão da Venezuela. E, desde o primeiro dia, tivemos reuniões presenciais com o secretário de Estado, Marco Rubio, e desde então, a comunicação tem sido contínua”, disse.

Os aliados “estão muito esclarecidos” sobre o que a oposição está a fazer e “sobre o diagnóstico” que têm da Venezuela.

“Acreditar que o governo dos EUA tem alguma dúvida sobre a ameaça à segurança hemisférica que este regime representa é realmente ingénuo”, disse questionando se “alguém acredita realmente que Trump não sabe que Nicolás Maduro é o chefe do ‘tren de Aragua’ [grupo criminoso venezuelano com ramificações em vários países]”.

Questionou ainda se alguém acredita que “é possível apagar tudo e começar de zero, apagar as ligações com o Irão, com o Hezbollah, os passaportes que lhes foram dados para infiltrar terroristas, as ligações com os cartéis da droga, o apoio ao ELN [guerrilha colombiana] e os crimes contra a humanidade”, disse.

Maria Corina disse que fará tudo o que tiver que fazer, dentro e fora do país e pediu aos venezuelanos para não se “desesperarem” e explicou que já se cumpriram três das quatro estratégias da oposição, faltando uma: “desalojar a tirania”.

“Esta estratégia tem quatro fases: a primeira, havia que criar uma verdadeira força. Estamos apenas com dois anos desde o início desta luta, no período que antecedeu as primárias [da oposição]. E conseguimos, falando a verdade, com honra e com o empenho de todos”, explicou.

Segundo Maria Corina, a segunda consistiu em “demonstrar com números” que o regime tinha sido “derrotado com votos”.

“Mesmo com as regras de uma tirania, de uma ditadura, esfregámos-lhes na cara a sua derrota. E por isso o mundo inteiro reconhece que o vencedor e presidente eleito é Edmundo González”, disse.

Disse ainda que a oposição “avançou muitíssimo” na terceira fase, a do isolamento internacional do regime, recordando que a 10 de janeiro Nicolás Maduro tomou posse para um novo mandato ladeado pelos “ditadores” de Cuba, Díaz Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega.

“A quarta fase é a do desalojamento da tirania (...), é isso que está a faltar e é nisso que estamos a trabalhar”, disse, referindo a necessidade de acordos com os EUA e com outros governos da América Latina e da Europa.

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