A Lituânia encerrou hoje dois dos seis postos fronteiriços com a Bielorrússia para fazer face ao risco colocado pelo grupo mercenário russo Wagner, anunciou a guarda fronteiriça lituana.
"Os postos fronteiriços de Sumsko e Tvereciaus foram encerrados à meia-noite", declarou a porta-voz da força de fronteira da Lituânia, Lina Laurinaityte-Grigiene, citada pela agência francesa AFP.
A porta-voz acrescentou que serão erguidas vedações de arame farpado nos dois postos até ao fim do dia.
A Lituânia, membro da NATO e da União Europeia, pretende responder desta forma às crescentes tensões com os países vizinhos, incluindo a Bielorrússia, que Vílnius acusa de provocações.
Além da Bielorrússia, o país do Báltico tem fronteira com o enclave russo de Kaliningrado.
O Governo lituano justificou a decisão com as ameaças causadas pela presença de mercenários do Grupo Wagner na Bielorrússia.
A guarda de fronteiras lituana admitiu a presença da 4.500 elementos do Grupo Wagner no país vizinho, segundo a emissora estatal de rádio e televisão LRT.
Combatentes do Grupo Wagner, que esteve ativo na guerra na Ucrânia, foram transferidos para a Bielorrússia após uma breve rebelião contra a hierarquia militar russa em junho.
O encerramento dos dois postos foi também motivado pela luta contra o contrabando, dado que os outros quatro pontos de passagem estão equipados com sistemas de deteção de raios X, ao contrário dos agora fechados.
As relações entre os dois países sempre foram tensas, mas deterioraram-se mais desde as disputadas eleições presidenciais de 2020 na Bielorrússia, que desencadearam manifestações em Minsk reprimidas com violência pelo regime de Alexander Lukashenko.
As autoridades de Minsk descreveram a decisão tomada pelo vizinho lituano como rebuscada.
A Bielorrússia apoia a Rússia na guerra contra a Ucrânia que Moscovo iniciou com a invasão do país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.
Lusa