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Governo sul-africano considera "hediondos" níveis de violência armada no país

JM-Madeira

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Data de publicação
16 Fevereiro 2023
14:50

O Governo sul-africano considerou hoje que a violência armada no país atingiu níveis "hediondos" devido à proliferação de armas no país, que regista uma das maiores taxas de homicídios do mundo.

"Esses ataques hediondos e a sangue-frio, que estão a ser investigados pelas autoridades policiais, destacam a prevalência da violência armada e o seu impacto nas comunidades", salientou o ministro da Presidência, Mondli Gungubele.

Falando em conferência de imprensa, após uma reunião do executivo, o governante sul-africano reiterou que os serviços policiais sul-africanos "estão a ser reforçados para prevenir o crime" no país.

Nos últimos dias, a África do Sul foi "sacudida" pelo assassínio de um dos ‘rappers’ mais populares do país, Kiernan Forbes, conhecido por AKA, que foi morto a tiro, juntamente com um amigo, na noite da passada sexta-feira à porta de um restaurante na cidade portuária de Durban, província sul-africana de KwaZulu-Natal, sudeste do país.

Além do assassinato do músico sul-africano, o ministro Gungubele destacou também o recente assassínio a tiro, em Joanesburgo, de um proeminente ativista contra o crime e o narcotráfico, e homicídios em massa nas províncias do Cabo Ocidental, KwaZulu-Natal e Cabo Oriental, nas últimas duas semanas.

No seu discurso sobre o estado da nação, na quinta-feira, o Presidente, Cyril Ramaphosa, destacou o crime violento como um dos principais problemas que afeta atualmente a sociedade sul-africana democrática "pós-apartheid".

"O crime violento afeta todos os sul-africanos. As comunidades em todo o país vivem com medo pela insegurança das suas famílias. Esta situação não pode continuar", referiu o chefe de Estado sul-africano, ao anunciar o reforço de mais 10.000 novos agentes da polícia como parte de medidas de combate à criminalidade na África do Sul.

Ramaphosa sublinhou que em julho de 2021, a África do Sul "viveu a pior violência e destruição pública da história da nossa democracia", que causou mais de 300 mortos.

A responsável da organização Gun Free South Africa, Adele Kirsten, sublinhou à imprensa local que "a triste realidade é que o AKA e o seu amigo eram pessoas bem conhecidas, mas outras 28 pessoas foram baleadas e mortas na sexta-feira, e o país não as conhece".

Nos últimos 12 meses, pelo menos 65.519 armas foram retiradas permanentemente de circulação, segundo uma porta-voz da Polícia Sul-Africana (SAPS).

A África do Sul tem uma das maiores taxas de homicídios do mundo, com pelo menos 72 pessoas assassinadas em média por dia, segundo as autoridades sul-africanas.

Num estudo sobre os mercados ilícitos de armas de fogo na África Austral, divulgado em setembro de 2021, a organização Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional estimou em 3,8 milhões o número de armas de fogo ilegais em circulação na África do Sul, Moçambique e Zimbabué.

"A África Austral está inundada de armas de fogo ilegais que alimentam a violência, os conflitos e o crime organizado. Armas e munições são moeda corrente num submundo de gangues, assassinos, traficantes, extorsão, sequestros, crimes contra a vida selvagem e guerras sangrentas por territórios no setor dos transportes informal", considerou a organização.

Em Sandton, um dos subúrbios mais ricos no norte de Joanesburgo, é já habitual ver-se jovens adolescentes de famílias com ligações às elites governantes no país a conviverem socialmente à noite acompanhados de guarda-costas pessoais armados, constatou a Lusa num dos estabelecimentos mais populares na capital económica da África do Sul.

Lusa

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