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Jornadas: Rodrigues alerta para respostas sociais e educativas que serão necessárias "numa nova ordem mundial"

JM-Madeira

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Data de publicação
21 Junho 2022
10:05

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira abre o leque de intervenções das jornadas JM subordinadas ao Ensino Superior e novas saídas profissionais, expressando as suas preocupações sobre o futuro dos jovens num contexto mundial difícil.

José Manuel Rodrigues iniciou o seu discurso contextualizando o cenário europeu e mundial atualmente, deixando a nota inicial que "estas Jornadas do JM iniciam-se num momento das nossas vidas em que a única certeza é que vivemos na incerteza".
Com base em tudo o que se está a passar em termos mundiais, com uma guerra na Ucrânia, e com a pandemia, "vieram alterar comportamentos, estilos de vida, lançar a imprevisibilidade na economia e mudar as relações de força no plano mundial".
O responsável não tem dúvidas que "é obvio que estamos a caminho de uma nova ordem internacional, em que os Estados Unidos abandonaram o isolacionismo dos últimos tempos e estão a mostrar que desejam reforçar o atlantismo e a sua aliança com a Europa, que, deste vez, revelou uma união e uma ação verdadeiramente surpreendentes, que vão inevitavelmente, conduzir a um maior federalismo e possivelmente à criação de um Exército Europeu".
"A Madeira não está imune ao que se passa à sua volta e sendo uma economia aberta ao exterior e dependente de exportações está, naturalmente, sujeita às sequelas da guerra e às suas consequências".
Apesar de, no imediato, a Região estar a beneficiar com a indústria do turismo, "é obvio que vamos ter, nos próximos anos, vultuosas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência e do novo Quadro Comunitário Europeu, que permitirão grandes investimentos públicos que darão mais dinâmica à economia e ao emprego.
Mas devemos pensar a médio e longo prazo, e estas Jornadas servem, precisamente, para isso".
Com o surgimento de "uma nova ordem mundial está a nascer; a digitalização é uma inevitabilidade e vai trazer profundas mudanças na forma como vivemos, trabalhamos, produzimos e nos socializamos. Que sociedade vamos ter daqui a dez anos, com o envelhecimento da população e a redução da natalidade? Como vai ser possível aumentar, justamente, as pensões e reformas, sem aumentar os impostos já pesados de quem está a trabalhar? Que meios financeiros serão necessários para custear as crescentes despesas com a Saúde e com os novos tratamentos, altamente especializados? Que economia vamos ter? Continuará assente, sobretudo no turismo,
ou vai ser possível diversificar, com é sobremaneira desejável, e fazer aparecer novos setores, nomeadamente nas áreas tecnológicas?
Como vamos responder à falta de mão de obra, significativa, nalgumas áreas, e como vamos reduzir o desfasamento entre a oferta e a procura no mercado de trabalho?" Estas algumas das questões que preocupam José Manuel Rodrigues. Mas, os jovens estão também no seu pensamento: "Como é que vamos requalificar os jovens que têm cursos sem saída profissional e como fazer retornar à vida ativa os jovens que não estudam
nem trabalham? Que escola vamos ter no futuro e como é que as universidades, tradicionalmente, conservadoras, vão acompanhar as mudanças tão rápidas que estão a acontecer e como vão responder às necessidades da
economia e da sociedade?
Estas são algumas das questões que nos desafiam a pensar e a refletir, e estou certo de que, destas Jornadas, tal como aconteceu nas edições anteriores, sairão algumas respostas e soluções para os desafios que se colocam ao futuro da Madeira e do Porto Santo", desejou José Manuel Rodrigues, a finalizar a sua intervenção.

Paula Abreu

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