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Jornadas Madeira: Madeira "pede tempo e adia soluções" perante a emergência climática, acusa deputada do PS

JM-Madeira

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Data de publicação
09 Novembro 2022
12:08

Sílvia Silva, deputada do PS na Assembleia legislativa da Madeira, que usou da palavra nas Jornadas Madeira em Santa Cruz, começou por lembrar que Portugal assumiu a dianteira e comprometeu-se com a neutralidade carbónica agora antecipando-a para 2045, mas diz que a Madeira perante a emergência climática global "pede tempo e adia as soluções".

"A União Europeia identifica as Regiões Ultraperiféricas como particularmente vulneráveis e reafirma a necessidade de uma ação vigorosa a todos os níveis para coordenar os investimentos indispensáveis para a adaptação e resiliência e face às ameaças do clima", mas, conforme destacou, "perante o alerta, a Madeira pede o alívio das metas ambientais", apontou a deputada.

Na sua alocução, Sílvia Sousa afirmou que os documentos regionais de orientação estratégica recomendam melhor incorporação da sustentabilidade ambiental na ação governativa "do que é efetivamente observado na Madeira, sublinhando a necessidade de articulação entre o desenvolvimento regional e o ordenamento do território como forma de atenuar os impactos", apontou.

No entanto, a deputada do PS volta a vincar que, "perante os avisos", Susana Prada, secretária regional de ambiente, "pede calma na execução e implementação dos planos territoriais atrasados duas décadas", sustentou.

"A governante lembra que a pressa é inimiga da perfeição e esquece que a segurança não se faz com inação", exaltou.

A deputada lembrou que, em 2015, a Madeira publicou a estratégia regional de adaptação às alterações climáticas, "adaptação sem mitigação".

"Apesar de as alterações climáticas serem percecionadas pela comunidade em geral, só riscos na estratégia do clima Madeira foram sobrevalorizados, tendo as entidades oficiais na altura preferido salientar as oportunidades do aumento da temperatura do que alertar para as ameaças que a população já enfrenta", notou.

Sílvia Silva afirmou ainda, também, que três anos depois da publicação da estratégia, "já vários parâmetros como a diminuição da ocorrência de precipitação, por exemplo, tenham sido ultrapassados, o que pressupunha a revisão do plano para fazer face a impactos muito mais severos", observou.

"No entanto, decorridos sete anos da aprovação da estratégia clima madeira praticamente nada se fez nesta matéria e não existem dados oficiais de avaliação. O Governo Regional tenta justificar a ausência dos dados com a futura revisão da estratégia clima madeira baseado em cenários globais atuais , mas a verdade é que a falta dos indicadores locais levará a que a madeira continue a navegar à deriva", rematou.

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