A TUI FLY comunicou ontem aos parceiros, por email, o cancelamento da operação para a Madeira até ao próximo dia 2 de maio. É mais um revés para o Turismo regional, depois do otimismo gerado pelo regresso da Condor à Região, no passado sábado, com um voo de Dusseldorf.
Ao JM-Madeira, o operador Travel One Madeira confirmou dezenas de cancelamentos nas primeiras horas após a receção da comunicação da TUI Fly Alemanha, também confirmada pelo nosso Jornal junto de fonte da TUI na Madeira.
Apesar de a Região continuar a receber os voos da Luftansa e da Condor, esta decisão é mais um embate num setor bastante fragilizado, constata António Silva, da Travel One.
Já a Paulo Prada, administrador do Grupo Pestana, a notícia não surpreendeu dado o grau de incerteza que, ressalva, tem tido um forte impacto na confiança dos viajantes, refletindo-se na procura por viagens e na oferta dos operadores.
A Alemanha está a atravessar uma fase de grandes restrições por causa da propagação das novas variantes de covid-19.
A Madeira e Grande Lisboa estão classificadas pelas autoridades alemãs na categoria considerada “de risco”, não obstante o Governo da República Federal da Alemanha ter retirado Portugal da sua lista de “países com elevada incidência de mutações do coronavírus”.
Assim, os viajantes estão obrigados a procederem a um registo prévio da sua chegada à Alemanha, apresentarem às autoridades responsáveis, mediante solicitação, prova de um teste negativo ao coronavírus durante as primeiras 48 horas após a entrada em território alemão e cumprir um período de quarentena obrigatória imediatamente após a respetiva chegada.
Mediante estes condicionalismos, é normal que a procura por viagens se retraia. Este cancelamento vai afetar maioritariamente as cadeias hoteleiras regionais com maior proximidade ao mercado alemão.
Para Eustáquio Gonçalves, diretor-geral do Monte Mar Palace e da Estalagem do Mar, o impacto desta decisão é residual, numa Páscoa que vai depender muito dos mercados interno, nacional e de leste, mas o hoteleiro reconhece que, para algumas cadeias hoteleiras, o embate vai ser maior.
Por Patrícia Gaspar