A Caixa Geral de Depósitos, o Banco Comercial Português e o Novo Banco recorreram para o tribunal da Relação para tentarem aceder ao património de Joe Berardo.
Segundo noticia hoje o Público, os três bancos querem, por via judicial, obrigar uma segunda associação do madeirense, a Associação de Coleções, a revelar o seu património. O objetivo é tentar ir buscar a esta entidade o ressarcimento pelos mil milhões de euros em empréstimos concedidos ao empresário madeirense e que estão por pagar.
Recorde-se que José Berardo e os três principais bancos portugueses estão numa luta judicial desde 2019, mas as dívidas foram-se acumulando há vários anos.
Há cerca de duas décadas que os bancos andam em busca do ressarcimento pelos mais de mil milhões de euros em empréstimos que concederam ao universo empresarial de Joe Berardo, que os obteve sobretudo para financiar a participação na guerra de poder que teve lugar no BCP, em 2007. Em causa estão 388 milhões de euros à CGD, 397 milhões ao BCP e 241 milhões ao BES/Novo Banco.
Como escreve o Público, citado pelo Jornal de Negócios, na longa novela que opõe Berardo aos três bancos, marcada por uma avalanche de processos judiciais, surgiu agora um novo episódio: deu entrada no tribunal da Relação de Lisboa, a 14 de outubro, o recurso dos bancos contra a Associação Coleção Berardo, dona das obras de arte que fazem parte da coleção Berardo e que os bancos acreditam poder servir para ressarci-los das dívidas por pagar, revela o Público na sua edição deste sábado, 29 de novembro.
“Neste caso, o recurso visa chegar à informação sobre a Associação de Coleções, uma outra associação de Berardo, mais discreta, mas também relevante no seu organograma empresarial”, explica o jornal.
O Público lembra que é um recuso para a Relação porque, em janeiro, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, em primeira instância, deu razão ao empresário de 81 anos contra os bancos.