O ex-campeão paralímpico sul-africano, Oscar Pistorius, inicialmente sentenciado a seis anos de prisão em julho de 2016, viu a sentença mais tarde agravada para 13 anos, em julho de 2017, pelo Supremo Tribunal de Apelação da África do Sul, após a solicitação de revisão da sentença pelos promotores de justiça que alegadamente entenderam qua a pena de seis anos era "surpreendentemente" indulgente e pediram a aplicação da pena mínima de 15 anos pelo assassinato da sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.
A juíza Thokozile Masipa justificou que a pena de seis anos por ela aplicada foi por ter considerado que o atleta "não é uma pessoa violenta", e por ser agora um herói caído, perdeu a sua carreira, a sua paz e a sua vida que nunca mais voltará a ser a mesma, concluiu a magistrada.
Oscar Pistorius matou a namorada, desferindo quatro tiros de pistola de 9 mm na sua residência, em Pretória, no dia 14 de fevereiro de 2013, faz amanhã precisamente oito anos. Pistorius admitiu o crime, mas afirmou sempre que abriu fogo por acreditar que do outro lado da porta da casa de banho onde se encontrava Reeva Steenkamp quando foi atingida, estava presente um ladrão.
O criminologista Pixie du Toit, que fez depoimentos durante o julgamento de Pistorius, disse que o ex-atleta sairá em liberdade condicional mais cedo do que a data dos inúmeros rumores que se vêm vaticinando nos últimos dias.
Du Toit disse já ter sido considerado o critério para a reabilitação antes do presidiário ter solicitado e o mesmo e afirmou categoricamente que Pistorius é um modelo A de recluso na cadeia de Atteridgeville, é condutor de um trator agrícola na fazenda daquela unidade prisional, onde também organizou um grupo para estudos bíblicos.
Pelo que o JM apurou, Oscar Pistorius é eligível para sair em liberdade condicional no próximo dia 23 de março.
Familiares de Reeva Steenkamp evidenciaram-se magoados com a anunciada libertação e pelo anúncio ter sido feito numa data muito próxima do aniversário do assassinato da famosa modelo sul africana que perfaz, amanhã oito anos.
José Luís da Silva, correspondente em Joanesburgo (África do Sul)