O principal escalão do futebol fez um intervalo devido aos compromissos com as seleções, mas a II Liga não parou e já hoje vai voltar ao terreno de jogo com a disputa da 26.ª jornada, uma oportunidade para continuar a sentir um cheirinho do futebol português e com contributo madeirense. Mais precisamente de cinco jogadores madeirenses que dispensam grandes apresentações, e que se têm revelado peças basilares nas estruturas de cada equipa. Uns procuram afirmação, outros relançar a carreira. Mas todos estão a justificar a aposta.
Um deles é João Diogo, ex-capitão do Marítimo, que após várias experiências no estrangeiro regressou a Portugal no início da época passada para representar o Estoril-Praia, o líder do campeonato que tem o título e a subida de divisão bem encaminhados em virtude dos nove pontos de avanço que detém em relação ao segundo colocado, o Feirense.
Após ultrapassar duas lesões complicadas, o defesa direito agarrou a titularidade nos últimos seis jogos, contribuindo para a estabilidade defensiva da equipa ‘canarinha’, numa altura complicada do ponto de vista emocional como é a reta final do campeonato.
A palavra de ordem nesta altura passa pela concentração máxima, e o madeirense tem ajudado a estabilizar o setor recuado dos estorilistas, depois de umas jornadas com alguns sobressaltos em que a liderança foi posta em casa.
O Benfica B, de Henrique Araújo, não pode almejar à subida de escalão. Resta ao jovem avançado, tal como aos restantes colegas do plantel, provarem em campo o potencial suscetível de os catapultar para a equipa principal. E as provas estão a ser dadas. O ponta de lança, agora com 19 anos, formado no Marítimo, foi ‘lançado às feras’ e tem correspondido ao desafio produzindo aquilo que lhe é exigido: golos.
Nuno Campos, que deixou o Nacional na temporada passada, parece ter encontrado no Mafra o tempo e o espaço para relançar a carreira. O defesa é titular indiscutível e tem sido um dos grandes responsáveis pelo campeonato tranquilo que a equipa vem realizando esta temporada, embora em linha com épocas recentes.
O ‘velho’ colega da formação, Diogo Coelho, não tem vivido tempos mais desafogados no Vilafranquense, mas o central, que também deixou o ‘berço’ da Choupana no último defeso, vem sendo considerado um dos ‘donos’ da defesa, como mostra o facto de ter alinhado em todos os jogos para o campeonato.
O extremo Alex Freitas, que deixou a Madeira ainda adolescente para continuar a formação do FC Porto, tendo depois jogado no Santa Clara, V. Guimarães e V. Setúbal, além de Pro Vercelli e Salernitana (ambos de Itália), pelo meio, e o defesa ex-Marítimo Cristiano Gomes fecham o quinteto da representação madeirense na II Liga, desta feita ao serviço do Cova da Piedade. O emblema lisboeta também ainda não tem a manutenção assegurada, mas tem contado com o contributo de ambos, que foram contratados no último mercado de inverno, para assegurar tal desiderato.
Por Raul Caires