O ‘Livro de Honra da Câmara Municipal do Funchal: Personalidades Ilustres Recebidas nos Paços do Concelho (1984-2011)’ reúne mais de 500 registos de individualidades que passaram pelo edifício onde se escreve a história autárquica da cidade. A obra, da autoria de Duarte Mendonça, técnico superior da Biblioteca Municipal do Funchal, resulta de um estudo inédito que aborda desde o primeiro livro de honra da CMF, instituído em 1984 sob a presidência de João Sá Fernandes.
“O livro de honra é o livro oficial da Câmara, de grande formato, onde as individualidades estrangeiras e nacionais que vinham à Madeira e eram recebidas na Câmara deixavam uma pequena mensagem”, explicou o responsável à margem da apresentação da obra, que representou o último ato público de Cristina Pedra enquanto presidente da edilidade. O volume analisado cobre o período entre 1984 e 2011, atravessando diferentes presidências municipais.
Entre as descobertas, Duarte Mendonça destaca a raridade de assinaturas de madeirenses. “Houve pelo menos dois casos. Um deles foi o Cristiano Ronaldo, quando foi recebido e homenageado na Câmara em 2006”, referiu. Já a maioria dos registos pertence a embaixadores, comandantes de navios de guerra ou cruzeiro, autarcas nacionais e estrangeiros, nomeadamente de cidades com acordo de geminação com o Funchal, como New Bedford, Cidade do Cabo ou Santos.
Também figuras de grande projeção política e institucional passaram pelos Paços do Concelho. “Os reis de Espanha, quando cá estiveram em visita oficial, foram recebidos na Câmara e deixaram as suas assinaturas”, apontou o técnico superior. Algumas personalidades escreveram mensagens completas, enquanto outras optaram apenas por assinar.
Nas páginas do livro, ficam repetidas referências ao “modo de bem receber dos madeirenses, à beleza da cidade e ao seu progresso ao longo das décadas. “Deixavam votos de prosperidade para o Funchal e para os presidentes que os receberam”, desde João Sá Fernandes a Miguel Albuquerque, passando por João Dantas e Virgílio Teixeira, resumiu Duarte Mendonça, sublinhando a importância deste património simbólico na preservação da memória da hospitalidade funchalense.