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Santa Cruz solidária com os bombeiros e contra medidas impostas "sem diálogo"

JM-Madeira

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Data de publicação
03 Junho 2023
17:20

O presidente da Câmara Municipal Santa Cruz expressou "total solidariedade" a todos os comandantes das diferentes corporações bombeiros e todos os bombeiros da Madeira, assegurando que o município "esteve e sempre estará pronto para colaborar em prol do bem comum, em concreto no socorro à população da Madeira."

Pronunciando-se acerca do caso que faz hoje manchete na edição impressa do JM, que dá conta que os comandantes dos bombeiros decidiram não desempenhar o posto de oficial de ligação no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, como reação a um corte financeiro promovido este ano pela Proteção Civil, a autarquia escreve em comunicado que "no caso particular do POCIR (Plano Operacional de Combate a Incêndios Rurais), que hoje está em destaque nos meios de comunicação social, importa dizer que este sofre, desde a sua génese, de deficiências estruturais".

"Pouca ou nenhuma negociação se verificou com as autarquias (no caso dos Sapadores), no sentido de estabelecer meios a disponibilizar por cada Corporação de Bombeiros, onerando os Municípios do seu próprio orçamento, pois as transferências financeiras do Governo Regional para os Municípios não pagam os custos associados", atira a edilidade de Santa Cruz, acrescentando, "pelo que consta na comunicação social, que a Proteção Civil Regional, numa atitude de total desrespeito e desprezo pelas Corporações de Bombeiros, pelos seus Comandantes, pelos Bombeiros, e pelo próprio presidente do Município de Santa Cruz, veio impor uma escala de serviço aos Comandantes, sem sequer um telefonema para saber da sua disponibilidade para o efeito."

"Pura e simplesmente, fomos surpreendidos com um e-mail a dar conta de uma escala que priva os sapadores de Santa Cruz do seu comandante, que fica ao serviço do SESARAM", diz.

Posto isto, a autarquia questiona: "É este o respeito que a Proteção Civil Regional tem para com a população e para com estes profissionais?" "O Município de Santa Cruz não pode aceitar este desprezo por parte do Governo Regional", sublinha o município que afirma estar, "com muita dificuldade e com orçamento próprio, a reerguer um serviço de bombeiros que ficou abandonado durante décadas. "Não precisamos que nos criem mais dificuldades."

"O Município de Santa Cruz e este executivo estão e estarão sempre do lado da população. A prova disso é a realização, por parte da Companhia de Bombeiros Sapadores deste Município, de serviços de transporte de doentes - serviço que é da competência do Serviço Regional de Saúde - e que por falta de capacidade do Governo Regional, é assumido pelos bombeiros sapadores deste concelho, mesmo quando em causa estão doentes de outras zonas da ilha. Facto que demonstra e prova a postura do Município de Santa Cruz em relação ao socorro e assistência à população", lê-se ainda na mesma nota.

"E aqui, reforçamos que as ambulâncias deverão estar prontas para o socorro emergente da população, neste caso, do Município de Santa Cruz. Contudo, as nossas ambulâncias estão a transportar doentes não emergentes a pedido da Proteção Civil Regional. Poderemos assim concluir que é este mesmo serviço regional que coloca em risco o socorro da população em Santa Cruz."

Filipe Sousa aproveita a oportunidade para relembrar à tutela que "a Companhia de Bombeiros Sapadores de Santa Cruz é muito mais do que um prestador de serviços para o SESARAM", sendo "uma Companhia de Bombeiros Sapadores que merece todo o respeito do Governo Regional."

"Quanto à Proteção Civil Regional, quando tiver a hombridade de fazer um verdadeiro trabalho de negociação, ouvindo as entidades detentoras de Corpos de Bombeiros e os seus Comandantes, percebendo as dificuldades locais por que cada uma está a passar e, avaliando realisticamente os custos associados, Santa Cruz será a primeira a se sentar à mesa para passar da teoria à prática", garante.

Contudo, "enquanto isso não acontecer, o município de Santa Cruz continuará a trabalhar, em primeira instância, na salvaguarda do socorro dos santacruzenses e nunca aceitaremos ficar submissos a um sistema que, pura e simplesmente, ignora e despreza tudo aquilo que conquistámos e que está consagrado na autonomia do Poder Local", conclui.

Catarina Gouveia

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